Greg Dorai, vice-presidente de produtos de acesso seguro, networking empresarial e cloud da Cisco
Novas tecnologias dependem, também, de conectividade que as suportem. O Wi-Fi 6, também conhecido pelo padrão 802.11ax, é uma das evoluções para que pessoas e empresas tenham melhoria de eficiência, flexibilidade e escalabilidade. Mas, assim como outras decisões de telecomunicações, a implementação depende de decisões políticas.
No Brasil, a faixa de 6 GHz será totalmente usada para a melhoria do Wi-Fi. No total, uma faixa de 1,2 GHz poderá será usada, assim como nos Estados Unidos. A decisão contrariou pedido das operadoras de telefonia, que queriam usar parte da frequência para expandir a oferta do serviço 5G, que deve ser licitado neste ano.
Greg Dorai, vice-presidente de produtos de acesso seguro, networking empresarial e cloud da Cisco, frisa o porquê essa decisão ainda não foi feita por outros países. “Obviamente há lobby em todos os lugares, mas essa discussão é mundial e não apenas no Brasil ou nos EUA. Trabalhamos com muitos países e eles ainda não decidiram, mas estão chegando lá. A questão não é se eles terão Wi-Fi 6.0, porque vão! Porque quando os outros países começarem a fazer, o país ficará para trás”. A questão, de acordo com o executivo, é se o espectro será licenciado apenas para Wi-fi ou deve ser aberto para o 5G privado.
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Por outro lado, há um desafio, pois, a faixa 6 GHz é usada por governos de todo o mundo para aplicações militares e espaciais, então são necessárias verificações – e, por isso, cada local está aprovando em um diferente momento.
Ao ser questionado sobre 5G privado, Greg afirmou que ele pode usar qualquer espectro, mas que essa é uma discussão de política pública. “Porque quando qualquer tecnologia não licenciada é democratizada, se torna mais barata e mais pessoas podem usar e o 5G privado é um pouco mais exclusivo. É uma dúvida para os governos de todo o mundo”.
Para ele, o 5G será um sucesso, mas com uma atuação parecida com o 3G e o 4G – as pessoas usarão e não será visto como uma grande inovação para o público geral. “Mas, para o 5G privado ser bem-sucedido, há outros fatores. Depende, por exemplo, de como o governo permitirá as empresas usarem. Será um sucesso, mas precisamos pensar diferente sobre o sucesso. Precisamos pensar em tornar isso menos complicado para as companhias.”
De acordo com Greg, as utilizações de cada uma das conectividades também serão diferentes. Lugares fechados e que precisem de conexão para notebooks e celulares, como escolas, hospitais e escritórios, têm o Wi-Fi como a tecnologia mais barata para aplicar. No caso de lugares abertos, como centros de distribuição, onde é mais difícil ter pontos de acesso, o mais fácil seria o 5G público. Por fim, indústrias totalmente automatizadas e que usam robôs, por exemplo, poderão ter melhor uso do 5G privado.
* a repórter viajou a convite da Cisco
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