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Você pagaria para o Facebook não te perturbar com publicidade?

O Facebook é gratuito. Mas isso não quer dizer que ele não tenha o seu preço. O clichê capitalista de que se você não paga pelo produto, você é o produto, encontrou um dos seus maiores exemplos na rede social com o escândalo de que a empresa Cambridge Analytica comprou uma base de dados de milhões de usuários do Facebook para personalizar a distribuição de propaganda política. Tais ações teriam contribuído com o resultado das eleições norte-americanas que colocaram Donald Trump sob o título de presidente dos Estados Unidos.

Na última semana, enquanto o CEO Mark Zuckerberg se via sob intensa indagação sobre as práticas e política de privacidade do Facebook em duas audiências ao Congresso, uma sugestão pairou no ar: o Facebook consideraria uma versão paga de seu serviço para não ter que justificar a presença de anúncios na rede social? Zuckerberg disse que sempre haverá uma versão gratuita, mas que não desconsiderava um modelo pago.

Durante o seu depoimento ao Senado, o republicano Orrin Hatch direcionou ao executivo uma pergunta um tanto óbvia para aquele momento: “Como você sustenta um modelo de negócios no qual os usuários não pagam pelo seu serviço?”. Zuckerberg respondeu com um sorriso desconfortável: “Senador, nós rodamos anúncios”. 

 

Quanto você pagaria?

Uma das razões para o Facebook chegar ao tamanho que chegou – mais de 2 bilhões de usuários mundo afora – foi por ter oferecido um serviço gratuito, claro. A moeda de troca do Facebook são os nossos dados pessoais e de interação. Apesar de não vendê-los a terceiros, é por meio deles que a plataforma consegue direcionar anúncios que têm mais a ver com sua idade, gênero, escolaridade, afins. Entretanto, agora, depois de passar anos compartilhando opiniões, fotos fofas de seus animais de estimação e, para o deleite de muitos, constrangimentos à prova de sua rede de amigos, muitos usuários têm questionado se a “gratuidade” do Facebook é ainda um bom negócio.

Mas afinal, as pessoas estariam dispostas a pagar por uma versão “premium” de algo que elas já estão acostumadas a usarem de graça? Segundo levantamento conduzido pelo Recode e a empresa de pesquisa de mercado Toluna, 23% dos respondentes disseram que pagariam para usar uma versão livre de propaganda. Desses, 41,6% disseram  que pagariam entre US$ 1 a US$ 5 por mês. O cofundador da Apple, Steve Wozniak, disse recentemente que preferiria pagar para o Facebook não explorar o íntimo de seus dados para vender coisas das quais, provavelmente, ele não precisa. Segundo levantamento do TechCrunch, para o Facebook chegar a sua receita atual levantada com anúncios, a companhia teria de cobrar de seus usuários mais ativos uma mensalidade de US$ 11 a US$ 14. 

Entretanto, até então, não há nenhum plano concreto do Facebook em se lançar em uma versão paga. Até porque esse tipo de estratégia assume certa complexidade desde o ponto de vista técnico a própria comunicação do serviço. Diferente de plataformas como Spotify, que oferecem uma versão gratuita e paga e até mesmo o YouTube que oferece uma camada exclusiva de conteúdo em troca de assinatura, o Facebook surgiu como um serviço gratuito desde o início e, em resumo, o propósito principal da plataforma é conectar amigos e pessoas – coisa que outros serviços também o fazem gratuitamente.

 

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