Vista como essencial em uma sociedade digitalizada, SDN precisa decolar

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9:32 am - 07 de agosto de 2014

Talvez o tema de rede nunca esteve tanto em alta como agora. Mobilidade, computação em nuvem, dispositivos vestíveis e, por fim, internet das coisas, elevaram a importância desse tópico que, assim como tudo em infraestrutura, assistiu a uma forte renovação culminando com o termo rede definida por software ou, em inglês, software defined network, a famosa SDN, que tanto se ouve falar nos eventos de tecnologia. Mas a despeito de sua importância, o fato é que ainda não se assistiu a uma implantação do conceito em escala. E talvez ainda leve algum tempo.

Como bem lembrou Ahmed Zamer, gerente de marketing de produtos da HP, praticamente todas as tecnologias levam tempo para pegar, a própria virtualização, essencial ao mundo da computação em nuvem, é um exemplo. “Os clientes esperaram um ciclo de maturação até adoção em massa. Tem uma parte de educação, é verdade, mas tem também a questão do hardware estar pronto para isso também. Com USB aconteceu a mesma coisa, se levou muito tempo até ter esse padrão implantado em todos os dispositivos. Precisamos de controles e aplicações para que o conceito de SDN pegue de fato.”

Mas estar preparado é essencial. Casos recentes como o da Nasdaq, que teve problemas durante o IPO do Facebook e, em agosto de 2013, ficou três horas fora do ar em horário comercial, mostram que ninguém está alheio a possíveis falhas na estrutura de rede. É fato também que ela precisa ser transformada, para estar pronta para o modelo de nuvem. Zamer avalia que as estruturas legadas já não suportam a navegabilidade atual e tampouco convivem bem com infraestruturas modernas e virtualizadas.

Ao diferenciar estruturas com e sem SDN, o executivo afirmou que uma rede não definida por software é mais complexa de gerenciar, monitorar e orquestrar, enquanto àquela que conta com SDN ganha em simplicidade, automação e orquestração. E ao que tudo indica, a transformação estar por vir.
A IDC calcula que o faturamento do mercado de rede chegará a US$ 50 bilhões em 2017, já incluindo SDN, quando buscamos dados específicos de SDN, consultorias como a Infonetics apontam vendas de US$ 3,5 bilhões também até 2017, ou seja, menos de 10% do mercado total de rede se levarmos em conta as estatísticas da IDC. Isso é ruim? Não necessariamente. A adoção tem acontecido.

JP Morgan Chase & Co., Gap e Fedex são algumas das grandes corporações que já aderiram ao conceito em escala global. Analistas afirmam que esse impulso dados por conglomerados empresariais tem acelerado a permeação da nova geração ou estilo de TI na economia como um tudo, até porque, o estado da arte vendido pelos fabricantes ainda estava muito restrito às empresas de TI. Além da esperada interoperabilidade, a redução do custo de propriedade e facilidade em provisionamento é o que tem atraído empresas de diversos setores a implantarem SDN.

“É importante notar como rede tem se tornado central em nossas vidas e o desafio para as empresas de rede em atender a essas novas demandas que surgem também tem sido grande”, comentou Zamer. “As companhias precisam fazer as transições rapidamente, olhem o que aconteceu com Nokia, Motorola e BlackBerry nos últimos anos, eles estavam no centro das atenções e não fizeram bem transição. Não se pode demorar muito e no mundo dos servidores e infraestrutura, isso é ainda pior”, completou, acrescentando que a estrutura de rede precisa ser simplificada, com uso de padrões abertos para interoperabilidade, propiciando convergência, e tudo isso passa por virtualização e automação das coisas.

*O jornalista viajou a Houston a convite da HP

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