Parece não haver mais dúvidas quanto aos benefícios que a transformação digital pode proporcionar às empresas — cloud computing, mobilidade, realidade aumentada, IoT, big data, entre outros —, mas como o Brasil está reagindo a essa revolução e quais são as perspectivas?
Embora o cenário político e econômico ainda aponte para a crise, a transformação digital no Brasil está a todo vapor e promete crescer 5,8% em relação ao último ano, segundo a previsão apontada pela IDC.
Para saber melhor da importância desta mudança de paradigma na tecnologia das empresas e como ela está ocorrendo no País, devemos estudar melhor as transformações digitais e os impactos em seus negócios.
No segundo semestre de 2017, a Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações promoveu um debate público para elaborar a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital. Não deixou de ser um avanço para a conversão digital e, embora o governo esteja atrasado com as regulações e os incentivos, felizmente as empresas brasileiras estão comprometidas há mais tempo. E gerando números fantásticos!
Uma pesquisa realizada por meio de iniciativa da SAP chegou a números impressionantes. Essa análise se tornou uma das mais completas sobre o assunto — utilizou mais de 3000 executivos, em 17 países — e conseguiu detectar desafios, oportunidades, quais são e quais serão as tecnologias relevantes. Vamos conferir:
56% das empresas pretendem alcançar um aumento de receita de 5,1% a 10% após a transformação digital;
51% delas pretendem acelerar o mercado.
As ferramentas que estão sendo mais desenvolvidas atualmente no mercado brasileiro são
Big data and analytics (63%);
Plataformas de segurança (59%);
Mobile (51%);
Cloud computing (50%);
loT (45%).
Entretanto, para os próximos dois anos, o cenário mudará bastante com relação à prioridade de investimento das ferramentas e ao aumento de empresas envolvidas. Confira:
Big data and analytics (78%);
Cloud computing (61%);
Plataformas de segurança (58%);
loT (53%);
Mobile (44%);
Machine learning / IA (29%).
E um grande ponto de atenção: o mercado precisa mudar os números abaixo se quiser competir no cenário global, pois os maiores desafios para que todas essas iniciativas aconteçam no Brasil são:
Falta de liderança (24%);
Falta de gerenciamento (19%);
Falta de habilidades na força de trabalho (16%).
A maioria das empresas brasileiras já se encontra em um nível no qual os gestores estão conscientes da transformação digital e compreendendo a sua urgência, mas que ainda não sabem exatamente como farão a mudança que poderá fazer realmente a diferença para a sua empresa.
Afinal, não basta desenvolver um app ou tornar o site responsivo se não houver uma excelente gestão de estoque por trás ou uma estrutura inovadora nas lojas físicas. Ou seja, é preciso entender que a inovação deve acontecer em todas as fases e em todos os departamentos, para que seja realmente um sucesso.
E, por falar em sucesso, vamos descrever agora alguns cases que ganharam muita visibilidade no mercado brasileiro:
Leroy Merlin
A empresa francesa, que se instalou no Brasil em 1998 e hoje é líder no segmento de varejo de materiais de construção, inovou para possibilitar aos clientes um trânsito fluido e consistente entre os mundos online e offline.
Eles conseguiram o objetivo utilizando campanhas de display e Google Shopping que, com a integração dos inventários, mostrava os produtos que estavam em estoque nas lojas próximas ao cliente no momento da busca. A marca obteve um crescimento de 36% nas visitas às lojas e 26% de redução no custo por visita.
Magazine Luiza
Uma das gigantes no setor de varejo, o objetivo era deixar de ser uma empresa de varejo tradicional com uma área digital para se tornar um negócio digital com espaços físicos e contato humano.
Mudanças profundas aconteceram: inclusão digital; melhora da UX (experiência do usuário); estratégias multicanais; marketplace; plataforma de dados; cultura digital; desenvolvimento de app integrado.
E diversas ações estratégicas voltadas para o marketing digital, além da mudança na cultura da empresa para que a gestão da inovação fosse a palavra de ordem.
Mais da metade das visitas no site são realizadas por dispositivos móveis e mais de 30% são convertidos em vendas, além da maior parte das vendas virem do aplicativo. No segundo semestre de 2017, a empresa cresceu cerca de 600% em comparação com o mesmo período de 2016.
Inovação na saúde e fintechs
E, para mostrar que não é somente no varejo, na indústria e nos tecnológicos porém rígidos sistemas bancários, apresentamos mais dois casos que estão fazendo a diferença:
Nubank
Os bancos estão em ritmo acelerado para a transformação digital e sempre andam na vanguarda da TI. Porém, as fintechs andam ganhando uma maior visibilidade no quesito inovação.
A Nubank, startup de 2013, está oferecendo cartão de crédito sem taxa de anuidade, com os menores juros do mercado e totalmente controlado via app. Mas o diferencial da Nubank é o atendimento: profissionais capacitados, todos com ensino superior e linguagem informal sem deixar de serem profissionais.
A startup não revela seus números, mas já criou a NuConta, uma conta-corrente que segue a mesma linha de qualidade de atendimento e taxas competitivas.
Sírio Libanês
O Hospital Sírio Libanês inovou ao implementar em suas unidades um sistema de autoatendimento. O cliente, a partir do CPF ou protocolo de agendamento do exame, pode digitalizar o pedido médico, os documentos de identificação, dados do convênio, entre outras informações, e receberá sua senha de atendimento. Com esses dados informados, o sistema realiza a triagem necessária para que o cliente possa ser chamado rapidamente.
Essa ação agilizou e diminuiu o tempo de atendimento em 20%, além de melhorar a performance das posições de atendimento, que atualmente atendem cerca de 4 a 5 pacientes por hora.
Existem inúmeros casos de sucesso no país que comprovadamente aumentaram a lucratividade, reduziram custos ou obtiveram um excelente ROI.
A inovação continuará no nosso país em ritmo acelerado pois contamos com pessoas criativas, rápidas e que conseguem aprender e se adaptar com mais facilidade que outras culturas. E essa característica propicia o desenvolvimento dessa nova forma de fazer negócios.
Ainda existe muito espaço para o crescimento da transformação digital no Brasil, mas as empresas precisam começar a investir em inovação, tratando este conceito como algo palpável para suas operações e não apenas como uma expressão mercadológica.
*Roberto Bertó é CEO da Under
A Pure Storage está redefinindo sua estratégia de mercado com uma abordagem que abandona o…
A inteligência artificial (IA) consolidou-se como a principal catalisadora de novos unicórnios no cenário global…
À primeira vista, não parece grande coisa. Mas foi na pequena cidade de Pornainen, na…
O processo de transição previsto na reforma tributária terá ao menos um impacto negativo sobre…
O que antes parecia uma aliança estratégica sólida começa a mostrar rachaduras. Segundo reportagem do…
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos firmou um contrato de US$ 200 milhões com…