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Tractian: reengenharia dribla falta de microchips para IoT

O desafio de supply chain, em todo o mundo, não é mais uma novidade. Mas driblá-lo com a produção nacional é a aposta da Tractian para oferecer serviços de IoT no Brasil. A empresa, que possui sua fábrica de sensores, criou uma área de reengenharia para suprir a demanda de matérias-primas que não estão disponíveis no mercado.

“Temos engenheiros que estavam fazendo produtos novos e agora estão focados em remontar o que já tínhamos. Porque um fabricante não tem certo componente e precisamos entender o que mudar no projeto. Essa falta acontece, por exemplo, porque a gente acaba competindo com a indústria automotiva que também está com um boom de microchips e o IoT é um dos motivos para isso”, revela Igor Marinelli, co-CEO da companhia, em entrevista ao IT Forum.

Ele explica que, com a reengenharia, os profissionais voltam ao nível de projeto para entender quais componentes poderiam ser substituídos. Por exemplo: se um fornecedor tinha o componente X e agora possui apenas o Y, a equipe entende qual o tipo de adaptação é necessária para não deixar de atender seus clientes.

Leia mais: Como os dados de dispositivos IoT estão mudando a supply chain analytics

A empresa, que possui uma fábrica de sensores, produz 4 mil dispositivos mensalmente. E o primeiro semestre de 2022 deve fechar em 13 mil. De acordo com Igor, a Tractian cresce em uma faixa de 30% mês a mês, principalmente devido à demanda por monitoramentos de máquinas (como energia, vibração e temperatura).

“Os números não tendem a diminuir e foi a própria pandemia que ocasionou esse crescimento. O que vimos nesse período (e não reduziu) e a impossibilidade de ter um operador ou a diminuição dos profissionais para fazerem a inspeção manual das máquinas”, revela.

Diferente das empresas que oferecem os produtos, a Tractian oferece serviços de IoT em comodado. Ou seja, não há a compra do item e sim a contratação de um serviço. “Eu não sou uma empresa de câmera, eu sou uma empresa de monitoramento que construo minha própria câmera”, diz Igor.

O profissional revela que entre as verticais mais fortes para a companhia estão as indústrias de álcool, açúcar, óleo e gás, automotivo, bebidas e alimentação, além de terem aumentado a penetração em prédios comerciais e hospitais.

“A maior parte da base são de pequenas e médias, mas temos clientes grandes também. Porém, a dor é, principalmente, do médio. Porque o grande acaba pagando uma consultoria tentando entender como fazer uma ‘gambiarra’ interna eficiente. E mesmo que não funcione do jeito que precisava, tem uma série de decisões internas para mudar. Grande indústria aprende a operar sendo ineficiente”, comenta Igor.

O último lançamento da Tractian foi uma linha de energia. Mas, para o futuro, diz Igor, a companhia pretende ir para monitoramento de pressão, nível de água, nível de óleo – mas sempre produtos relacionados ao monitoramento.

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