Em um ano no qual anunciadas crises aparentam tomar corpo, o varejo, tradicional setor que vinha de uma tendência crescente de resultados positivos, começa a sentir os efeitos da retração da economia do País.
Em função do cenário atual, o consumidor está receoso e há uma propensão à desaceleração das vendas. Além de planejar seus gastos com cuidado, o brasileiro também está mais seletivo, buscando qualidade e preços competitivos. Mesmo assim, ele não deixou de comprar itens que considera essenciais, o que permite ao varejo se sustentar mesmo em tempos de instabilidade.
No último mês de julho o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou queda de 0,9% no volume de vendas no varejo em maio, na comparação com abril, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com maio de 2014, o volume de vendas no varejo recuou 4,5%. A boa notícia é que a receita nominal do setor se manteve estável em maio deste ano, em relação ao mês anterior e, no ano, a receita cresceu 4,1%.
É nesse quadro de retração econômica, desconfiança dos consumidores, inflação e ascensão incipiente das taxas de desemprego, que o setor de varejo deve organizar seus investimentos em tecnologia. O plano tem início no levantamento dos pontos sobre os quais é necessária a correção de gargalos, a revisão de posições na estrutura organizacional, a ampliação de novos canais e a melhoraria de sua atuação no mercado, por meio da implementação de novos processos e a otimização dos atuais, a fim de driblar uma possível crise.
Ainda é comum nas empresas nacionais de varejo erros como desperdício de dinheiro com logística mal planejada e executada, acúmulo de produtos em armazenamento de centros de distribuição, controle manual de informações sobre gestão empresarial e mão de obra mal alocada, focada em atividades rotineiras e que poderia apoiar áreas mais estratégicas e de inteligência.
O papel das consultorias de Tecnologia da Informação é mapear esses pontos fracos que precisam de melhorias sistêmicas, além de disponibilizar as ferramentas que suportam tais mudanças. As aplicações disponíveis são diversas e abrangem desde a melhoria nas estratégias de precificação, sortimentos e promoção, possibilitando um planejamento comercial mais eficaz e aumentando a competitividade; gestão eficiente da logística, melhorando todo o fluxo de mercadorias, desde suprimento, warehouse, distribuição e venda; e refinamento de controles financeiros para melhor gestão dos recursos da empresa.
Os ganhos são mensuráveis: redução de custos, aumento da receita e definição de estratégias eficientes capazes de aumentar a competitividade, garantia para se manter em momentos de crise.
Nenhum gasto inteligente com TI é perdido. Eles são necessários e nos momentos de crise são fundamentais, afinal, a competição entre os players aumenta e as empresas que não estiverem preparadas para ganhar a preferência do consumidor serão impactadas em seus negócios. Para sobreviver, é preciso aprimoramento contínuo, que vai além de atender bem o consumidor, é otimizar processos e produtos, inovar em tecnologia para oferecer mais qualidade com menor custo.
*Silvana Soares é especialista em sustentabilidade e gerente de Projetos SAP da Innovative