A aproximadamente quatro meses do grande evento esportivo que abrigaremos no país, a Copa do Mundo, a dúvida que fica — já abordada inclusive em uma edição da InformationWeek Brasil — é se a infraestrutura de telecomunicações nas arenas vai dar conta do tráfego de dados e voz gerados pelos torcedores durante os jogos. Será que o público que comprou ingressos para a Copa, por exemplo, terá a mesma experiência de quem comprou ingresso para o Super Bowl?
Quando os times Denver Broncos e Seattle Seahawks entraram em campo no domingo (2/2), no MetLife Stadium em Nova Jersey (EUA) para a final do Super Bowl, os mais de 82 mil fãs que assistiram ao jogo não deveriam encontrar nenhum problema ao tentar fazer ligações, enviar mensagens com texto e foto ou fazer o upload de imagens e vídeos em suas redes socais preferidas, segundo disseram as operadoras americanas. AT&T, Sprint, T-Mobile e Verizon Wireless passaram o último ano reforçando suas redes dentro e no entorno do estádio para lidar com a alta carga de dados no grande evento.
Operadoras de rede sem fio frequentemente aumentam a capacidade temporária para eventos esportivos ou shows por meio do uso de Cells On Wheels (COWs) e Cells On Light Trucks (COLTs). Essas células transportáveis podem ser deslocadas em caminhões para esses lugares e instaladas rápida e facilmente, o que as tornam ideais para suprir problemas de capacidade por apenas algumas horas. No caso do Super Bowl, o campeonato de futebol americano mais assistido do ano (165 milhões de telespectadores americanos era a estimativa de audiência), a história é outra. Os fãs que compraram ingressos – muitos pagaram mais de 1.500 dólares por um lugar – esperam que todas as suas experiências envolvendo o jogo sejam boas, incluindo o serviço de wi-fi.
A AT&T começou a fazer melhorias em seus serviços na região de East Rutherford, onde se localiza o estádio, ainda em 2013, segundo Michael Maus, vice-presidente assistente de serviços de rede da operadora. A companhia construiu um novo sistema distribuído de antenas (DAS, na sigla em inglês) na arena, triplicando a capacidade do sistema anterior. Ele oferece o equivalente à cobertura de 21 cell sites tradicionais, que a AT&T julgou como o suficiente para prover a cobertura em uma cidade do tamanho de Trenton, no estado de Nova Jersey.
O DAS inclui mais de 500 antenas instaladas em todo o estádio, além de 10,3 quilômetros de cabeamento. A AT&T também construiu dois cell sites na área, e instalou dois COWs no estacionamento para lidar com fãs que estão no entorno dos estádios e na vizinhança.
Já a Sprint trabalha nos preparativos para o Super Bowl XLVIII desde 2012. Um porta-voz da empresa, Crystal Davis, informou que a companhia aumentou a capacidade de wireless para voz em 53% e wireless para dados em 52% por meio de melhorias feitas em cell sites existentes na região — além de pelo incremento de sites temporários e cinco COWs posicionados nas proximidades do estádio. A operadora foi cautelosa ao melhorar a cobertura não somente no estádio, mas também na maioria das estradas que chegam até a área. Além da arena, a operadora ofereceu cobertura temporária para os vários locais usados ??pela NFL onde aconteceram eventos antes do jogo, bem como em hotéis que abrigaram as equipes de Broncos e Seahawks. A Sprint não mencionou sobre a instalação de DAS.
A T-Mobile, por sua vez, começou sua preparação para o Super Bowl recentemente, em novembro, mas a empresa estava confiante que conseguiria atender o aumento do tráfego de voz e de dados, de acordo com a porta-voz Alexandra Schwerin. A operadora aumentou permanentemente a capacidade de voz e de dados 4G (LTE e HSPA+) em cerca de 15 vezes no estádio e nos arredores. Além disso, instalou seu próprio DAS dentro do estádio e forneceu COWs para os centros de treinamentos utilizados por Broncos e Seahawks.
Enquanto isso, a Verizon realizou melhorias no MetLife Stadium durante 18 meses, e quadruplicou sua capacidade de LTE 4G em torno do estádio, graças às suas próprias DAS e COWs. A empresa mediu a demanda em sua malha em todos os jogos do NY Giants e NY Jets realizados em casa no MetLife Stadium em 2013 e usou esses dados para otimizar sua capacidade antes do grande jogo. O porta-voz Verizon, David Samberg, explicou que a empresa também está olhando muito mais do que apenas East Rutherford. Com 30 eventos que seriam realizados para a exibição do jogo em Nova York e Nova Jersey, a Verizon fez questão de melhorar a sua capacidade em cada local. Ao todo, a companhia investiu mais de 400 milhões de dólares para melhoria em sua rede na área.
O investimento de capital dessas quatro operadoras de rede americanas feito em Nova Jersey e Nova York é uma estratégia agressiva, tudo para que os 82 mil fãs que assistiram à grande final conseguissem postar todos os seus selfie, Vines, Instagrams, posts no Facebook e tweets sem uma única interferência.
Se teremos a mesma experiência na Copa do Mundo? De acordo com o Portal de Transparência da Copa, o governo federal é responsável por R$ 404,5 milhões de investimento em telecomunicações, via aplicação direta em recursos. Os números da execução financeira, contudo, deixam a desejar – dos R$ 187,5 milhões já contratados, apenas R$ 57, 1 milhões foram executados. O resto, fica a cargo das operadoras. Veremos.
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