Sucesso no mundo do e-commerce, AliExpress cai nas graças dos brasileiros

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4:30 pm - 29 de julho de 2015
Criado em 1999 pelo visionário empreendedor chinês Jack Ma, o Grupo Alibaba tinha 18 funcionários e seu escritório ficava na casa do executivo, em Hangzhou, atual sede da companhia. Hoje, 16 anos depois, soma mais de 35 mil funcionários no mundo e conta com 90 unidades na China e outras 19 fora. É considerado um dos maiores negócios da atualidade, com atuação de site de e-commerce a pagamento on-line. 

O Brasil não faz parte da lista de filiais, mas em 2013 seu maior e-commerce B2C, o AliExpress, foi traduzido para o português e caiu nas graças dos brasileiros. E os motivos são diversos. Lançado em 2010, e presente em 190 países, o site conecta compradores e vendedores e, por essa razão, não mantém estoque. Tem uma variedade de produtos a preços atraentes e somente no último ano fiscal, encerrado em 30 de junho de 2014, teve faturamento total movimentado (GMV, gross merchandise volume) de US$ 4,5 bilhões.

Em entrevista ao portal IT Forum 365, durante o Fórum E-Commerce Brasil 2015, que acontece em São Paulo, Lucas Peng, líder para o mercado brasileiro do AliExpress, não revelou os dados locais de vendas, mas afirmou que o País é um dos três maiores mercados para o AliExpress.

A gigante tem investido no Brasil. Prova disso é que há cerca de cinco meses contratou o brasileiro Peng para liderar os negócios nacionais diretamente da sede na China. “Contamos ainda com um time focado em ações para o público local”, afirmou o executivo.

Entre as iniciativas colocadas em práticas por aqui, Peng destacou o pagamento conveniente, por meio do boleto, transferência bancária e cartão Visa pré-pago para aqueles que não têm cartão internacional; e diferentes opções logísticas para oferecer aos vendedores que enviam produtos para o Brasil.

“Além disso, a proteção ao consumidor é uma ferramenta interessante. Trata-se de uma garantia de devolução total ou parcial do valor para situações nas quais o pedido não chega no prazo ou o item não corresponde ao descrito. Temos ainda proteções adicionais, como sistema de feedback e classificação dos produtos e vendedores”, explicou.

A localização e as parcerias locais têm sido uma das estratégias vencedoras da AliExpress, de acordo com o executivo. No ano passado, o Grupo Alibaba e os Correios assinaram um Memorando de Entendimento com o objetivo de facilitar o comércio internacional entre o Brasil e a China. “Também fizemos no ano passado o Shopping Festival especialmente para o público brasileiro. Sempre buscamos localizar nossas ações”, relatou Peng.

Segundo ele, como o consumidor brasileiro é mais exigente e tem gosto refinado, o site criou diversos meios on-line para ajudar o consumidor em sua escolha. “Temos um time de trabalha na criação de canais com tendências, produtos inusitados e moda”, disse. Essa equipe, complementou, também tem trabalhado para aprimorar a busca em português

Entendendo que o perfil do cliente de e-commerce é cada vez mais móvel, o AliExpress tem trabalhado ainda para aprimorar constantemente essa experiência. “Temos uma equipe que cuida de mobile e isso garante foco nas ações”, contou. Uma das funcionalidades que já faz parte da versão móvel é a possibilidade de adicionar o produto no carrinho por meio do celular e depois finalizar o processo no computador. 

De olho no consumidor local
Para Peng, o sucesso do AliExpress no Brasil vem da combinação da variedade de produtos e do preço competitivo. “O brasileiro gosta disso”, sintetizou. Mas os bons números por aqui ainda não colocaram nos planos da empresa a abertura de um escritório local. 

“Sempre estudamos essa possibilidade, entendemos as oportunidades, mas não pensamos no momento. O investimento aqui existe, já que passamos a contratar brasileiros”, afirmou. A crise financeira brasileira não assusta o executivo. “Nosso negócio está bastante saudável e não acreditamos que vai perder força”, pontuou.

Nem mesmo a competição é motivo de preocupação. “Não olhamos os competidores, porque sabemos que nossa plataforma é diferente. Respeitamos o mercado local e somos mais uma opção”, relatou.

Crescimento no B2B
Um dos negócios do Grupo Alibaba é seu braço B2B, pouco conhecido por muitas empresas. Criado em 1999, o Alibaba.com é uma plataforma internacional de e-commerce B2B que, segundo explicou Alex Tsai, líder de Marketing e Desenvolvimento de Negócios do Alibaba.com para a América Latina, não apenas conecta milhares de compradores e fornecedores de matérias-primas, como também compradores de produtos acabados.

Com mais de 40 milhões de usuários em 190 países, o serviço oferece milhares de categorias de produtos em 40 setores e é um dos três sites mais visitados no mundo em negócios. “Somente no Brasil temos 2,1 mil usuários, sendo a quarta maior base para nós”, enumerou Tsai.

De acordo com ele, os brasileiros compram por lá eletrônicos, maquinários e peças para automóveis e bicicletas. Além disso, vendem alimentos e bebidas, agricultura, beleza e cuidados pessoais. Os três países que os brasileiros mais compram são China, EUA e Índia e para os que mais vende são EUA, China e o próprio País.

“Do ano passado para cá, o Alibaba.com ampliou sua presença no Brasil e continuará a concentrar esforços no desenvolvimento do mercado local. Em 2014, por exemplo, criamos o br.alibaba.com”, destacou. 

Também no ano passado, o site B2B ganhou o serviço Compra Segura que oferece recursos de proteção para as compras. “O Alibaba.com está empenhado em resolver os desafios do mercado B2B no Brasil”, finalizou.

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