As startups avançam no Brasil, mas elas ainda têm muitos desafios para desbravar. Para o professor da Fiap e especialista em economia colaborativa, Marcelo Nakagawa, as novas entrantes possuem como principais desafios conseguir investidores corajosos e avançar sem esbarrar em problemas, como a legislação de algumas categorias.
“Em geral, nossos investidores não aceitam correr riscos no Brasil. Risco que é bom ele quer minimizar o máximo possível. Por um lado, você tem o sonho de investidor norte-americano que investe sem medo. Por outro lado, nós temos poucos empreendedores que conseguem acelerar na mesma velocidade que os norte-americanos”, explica o docente.
Felipe Brasileiro, CMO da startup de serviços domésticos Parafuzo, acredita que o grande desafio para as startups e primeiro colocar-se em pé para depois pensar em disrupção. E, só depois de formalizado produto ou serviço, que a mudança surge. Em muitos casos, ele enfatizou que essas alterações mercadológicas podem incomodar as pessoas, como no caso do Uber contra os táxis.
Durante painel do evento de tecnologia IT Forum Expo, que abordou nesta terça-feira (08/11) no WTC a economia na era de novas empresas disruptivas como Uber e AirBnB, Nakagawa ressaltou que a nova geração de startups começa a ser mais corajosa que as anteriores e que buscam por alternativas fora do País.
“Temos um processo de startups que pela quarta geração de empreendedores. Eles correm mais riscos e buscam investidores internacionais. Bem diferente das gerações anteriores que tinham medo de expor por causa da legislação”, explicou o professor.
O CEO da Parafuzo, Eduardo Campos, frisou que parte do sucesso desta nova geração de startups deve-se ao “Q de coragem” de muitos deles e também pelo fato de eles serem “mais jovens” e terem levado poucos baques da vida. No entanto, ele acredita que as startups devem tomar cuidado e criar seus próprios limites.
“A startup tem que fazer um risco na areia. No nosso caso, nós tínhamos consumidores que queriam contratar serviços de limpeza três vezes por semana, mas isso poderia ser interpretado como um vínculo empregatício entre o contratante e a prestadora de serviço (diarista). Tivemos que avisar o cliente sobre essa normativa”, completou Campos.
Grandes de olho nas pequenas
O crescente cenário de startups chama a atenção não apenas de investidores, mas também de grandes empresas que pretendem ampliar seu leque de negócios. Marcelo Nakagawa, que além de professor atua com apoio a projetos no Bradesco, Cyrella e Endeavor, já começam a olhar com bons olhos a oportunidade de apostar em startups.
“As empresas estão com olhar aberto para a criação de novos modelos de negócios. Eu trabalho com banco, incorporadoras e hospitais. Mas vejo principalmente os bancos começando a ficar incomodados com novos players como o Nubank”, revelou o especialista. “Várias grandes empresas no mundo estão criando iniciativas de inovações abertas. Hoje não tem empresa que está no mercado competitivo que não estejam olhando para os modelos de inovações”.
Um dos exemplos das empresas que estava presente no painel é a Telefônica, que, por meio de programas como Open Future e Wayra tenta buscar oportunidades de novos negócios ao criar processos que ajudam desde a formatação da ideia até a criação da empresa em si. Como explica Renato Valente, gerente-geral da Telefónica Open Future e diretor da Wayra.
“O que as startups ensinam às empresas mais tradicionais é que a forma de fazer negócios está mudando rapidamente. Eles testam, se dá certo continuam, se não der certo param”, disse o executivo da operadora que ainda recordou outra empresa que adota medidas rápidas como suas diretrizes. “A Amazon, por exemplo, solta uma feature por segundo. Isso é uma forma de fazer negócio que as novas empresas fazem muito bem.”
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