Especializada em outsourcing de impressão, a brasileira Simpress foi fundada em 2001. Há dois anos, a Samsung comprou a operação, tornando-a uma subsidiária da sul-coreana. Em seus 15 anos de história, a empresa sempre teve a evolução tecnológica como parte fundamental de sua estratégia, não só para levar inovações para seus clientes, como também para seus funcionários.
Recentemente, a companhia deu um passo nesse sentido com o uso de Interface de Programação de Aplicativos (APIs, na sigla em inglês) para facilitar e agilizar o trabalho da equipe de arquitetura da área de tecnologia da informação (TI). Juliano De Conti, diretor de TI da Simpress, explica que nos últimos anos a organização acumulou grande ecossistema de aplicações internas, gerando uma base de sistemas legados que tem de conversar com a arquitetura mais moderna.
“Era um cenário complexo. Tínhamos dificuldade de gestão de repetição e regras de negócios. Tínhamos necessidade de negócios em um determinado período e alguns meses depois surgiam novas demandas similares. Como não contávamos com uma plataforma de gestão para isso, os esforços acabavam sendo repetidos”, explica o executivo.
Uma mesma regra de negócio era escrita diversas vezes em repetidos sistemas. Não havia uma forma organizada de reaproveitamento de códigos, consequentemente a manutenção da base de sistemas legados tornava-se cada vez mais cara e complexa.
Para exemplificar, Conti cita a interação necessária entre o sistema de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês) do back office da companhia com a plataforma legada de gestão de contratos. Um processo complexo e trabalhoso para a equipe de TI.
Para facilitar o cenário, a Simpress decidiu contratar a Sensedia para ajudar na organização de processos e depois evoluir para a construção de um framework de sustentação de processos de negócios e de uma biblioteca de APIs para aprimorar a integração do velho mundo de aplicações com o novo.
Ele lembra que quando a TI iniciou as conversas sobre Arquitetura Orientada a Serviço (SOA, na sigla em inglês) e APIs, o objetivo não era uma adoção ferramental, mas sim uma revisão dos processos de trabalho que proporcionassem benefícios para a estrutura de desenvolvimento de sistemas orientada à serviços.
“A revisão de processos, metodologia, e de forma de trabalho consumiu um semestre. Depois, direcionamos o time técnico para a construção de serviços. Quanto mais criávamos APIs, maior ficou nossa biblioteca e começamos a entrar em um círculo virtuoso, com ganho de escala no reuso de regras de negócios”, afirma o executivo, completando que, hoje, a Simpress soma cerca de 700 ativos SOA e mais de 60 APIs publicadas em um repositório interno.
Com a conclusão do projeto, Conti comenta que foi fácil vender o valor agregado da mudança. “O maior benefício foi a eficiência no desenvolvimento de sistemas. Ganhamos agilidade e flexibilidade. Para cada hora que nosso time de arquitetura investe no desenvolvimento de APIS temos uma economia de três horas. Tivemos ganho de 30% de escala”, comemora.
Os benefícios também puderam ser sentidos pelos clientes, garante o executivo. Um exemplo citado por ele foi na integração entre o sistema de service desk dos clientes com o ferramental da Simpress que faz a gestão da operação. “Os clientes querem abrir chamados em suas próprias ferramentas de service desk e acompanhar os indicadores por lá. Antigamente, fazer essa integração era muito complicado. Construímos um conjunto de biblioteca de APIs que nos possibilita fazer essa integração muito rapidamente”, exemplifica.
As melhoroas também foram sentidas pelos parceiros. “Emitimos cerca de 4 mil notas fiscais por dia. É uma operação intensa, com grande complexidade logística. Temos classes de APIs que nos permitem fazer a integração do nosso modelo de logística com as principais transportadoras do mercado”, aponta, acrescentando que o projeto impactou toda a cadeia da Simpress.
Hoje, a estratégia de APIs faz parte da estratégia central de TI, garante Conti. “Todos os nossos sistemas, em maior ou menor intensidade, consomem APIs publicadas na biblioteca. Queremos fazer esse ecossistema crescer mais e aumentar a publicação de APIs para o mundo externo”, adianta.
Agora, uma das frentes avaliadas pela TI da Simpress é o uso de inteligência cognitiva e aprendizado de máquina para atendimento de primeiro nível da companhia. “Agora que temos facilidade para conectar nossos sistemas de atendimento via web API, mais oportunidades se abrem”, finaliza o diretor de TI.
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