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Setores público e privado investem em software OpenStack

A orquestração de aplicações e softwares na nuvem é uma tendência cada vez mais natural para as companhias que utilizam esse tipo de tecnologia. Além disso, é importante contar com uma estrutura que possa ser ampliada de acordo com a necessidade do usuário. Para atingir esse objetivo, o portal de internet UOL e o Governo Federal optaram pela adoção do software OpenStack.
Segundo Márcio Starke, arquiteto de Cloud do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a nuvem da Serpro, lançada há um ano, é a primeira a hospedar um sistema governamental, o Programa Cidades Digitais de cerca de 200 municípios brasileiros, oferecendo soluções de educação, atendimento médico hospitalar, gestão e comunicações.
De acordo com o executivo, a necessidade de implementar uma ferramenta que orquestrasse essas soluções foi constatada para diminuir o custo humano na preparação e na disponibilização dos serviços, além de tentar suprir as limitações legais que restringem clientes de instituições governamentais a adquirirem serviços de nuvem ofertados por provedores comerciais. A opção pela ferramenta de código aberto mostrou-se a mais adequada, por conta de seu custo-benefício vantajoso, já que por meio do auxílio da comunidade não há gastos com suporte.
“Escolhemos o OpenStack por sua interoperabilidade, facilidade de controle e flexibilidade, além da escalabilidade. O fato de ser uma ferramenta open source, que possui uma comunidade participativa e em expansão, também pesou no momento da escolha”, explica Starke.
O Serpro possui três instalações do OpenStack, todas elas localizadas no Centro de Dados do Rio de Janeiro, utilizando as versões Havana e Icehouse do software, além de operarem em conjunto com o Hypervisor VMware. Ainda segundo o executivo, o suporte é feito pelo corpo técnico da instituição, mas com auxílio da comunidade OpenStack. Cada uma dessas nuvens tem funções distintas: desenvolvimento, pública e homologação. A nuvem de desenvolvedores é voltada para os desenvolvedores da Serpro. A cloud pública é ofertada para clientes que pretendem administrar serviços e suas respectivas máquinas virtuais. Já a nuvem de homologação é utilizada para validar novas tecnologias e mudanças de versões.
Segundo Starke, a preparação de um ambiente adequado, que antes levava de cinco a quinze dias para ser concluída, com a nuvem pode ser solucionada em apenas cinco minutos. “A grande vantagem é a rapidez na entrega do ambiente. Em um cenário tão burocrático, como é o caso do governo, ter a possibilidade de agilizar o workflow e aumentar a interatividade entre os departamentos e equipes de infraestrutura dentro e fora da empresa são pontos extremamente benéficos”, pontua.
Além da melhora na preparação do ambiente, o executivo também destaca o aumento na quantidade de clientes de instituições governamentais, a consolidação no método de comercialização e a gestão de nuvens. Starke também ressalta a possibilidade de implementar uma nuvem privada para que os desenvolvedores do Serpro utilizem, que aumentou a produção interna da instituição.
UOL destaca comunidade de desenvolvimento
O acesso à internet UOL também optou por adotar o modelo OpenStack. Segundo o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia, Guilherme Pelliciotti, que é responsável pelas áreas de Host e Cloud Computing, foram feitos estudos para avaliar diversas soluções open sources e fechadas, e a OpenStack foi a que mais se destacou, devido aos benefícios de custo, desempenho e estabilidade.
“Optamos pelo modelo em meados do ano passado, quando o UOL entendeu a relevância da comunidade de desenvolvimento que se criou ao redor dessa plataforma”, pontua Pelliciotti.
O executivo também destaca a maturidade da plataforma por meio da arquitetura Swift, o que permitiu utilizá-la como plataforma base dos produtos da companhia. Para isso, foram desenvolvidas integrações dos sistemas e soluções de infraestrutura. De acordo com Pelliciotti, o roadmap evolutivo do OpenStack com as necessidades do mercado de cloud foi decisivo na opção da plataforma.
“Fizemos alguns testes em ambiente de produção, utilizando cargas reais do UOL como cliente desse serviço e optamos por desenvolver algumas integrações internas como Billing e Autenticação, para fusão com nossa plataforma de desenvolvimento, além de uma camada de distribuição e cache para aumentar a escalabilidade dessa plataforma”, completa.
Segundo ele, apesar de colaborativa e de ter código aberto, a plataforma é extremamente robusta e satisfatória. “Para nós, o benefício imediato é a utilização interna dos produtos desenvolvidos por outras áreas do UOL. Atualmente o próprio portal é o principal cliente desse produto. Temos bons feedbacks de nossas equipes internas e nossos clientes estão satisfeitos com a solução”, conclui.

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