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Setor de satélites sofre impacto com alteração cambial

O Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat) anuncia que a desvalorização do real diante das moedas estrangeiras é o principal desafio da indústria neste momento, apesar da clara demonstração de confiança no Brasil por parte das empresas do setor de satélites e da grande expectativa com o uso de satélites para incrementar a inclusão digital no País nos próximos anos.
“A alta do dólar traz impactos incontestáveis para a indústria de telecomunicações como um todo, mas afeta o setor de satélite em especial, pois tem todos os seus investimentos e insumos vinculados a esta moeda estrangeira”, diz o presidente do Sindisat, Luiz Otavio Prates, indicando que o Real teve uma desvalorização em 2015 de cerca de 50% diante do dólar americano.
Com a alta do dólar, o sindicato discutirá o tema e seus impactos para o desenvolvimento futuro do Brasil. A partir deste mês, o Sindisat está agendando uma série de reuniões com outras entidades e membros do Governo para reforçar a atenção especial que se deve dar aos impactos gerados pela alta do dólar, de forma a procurar formas de compensação e de manutenção dos investimentos.
O setor investiu US$ 3,4 bilhões nos últimos cinco anos, mas a mudança cambial poderá trazer impactos em valores provisionados também por clientes e empresas, que deverão rever seus custos e planos futuros.
Para o Sindisat, um País de tamanho continental e com alta diversidade e complexidade geográfica, como é o caso do Brasil, não pode prescindir do uso do satélite na formação de sua infraestrutura de comunicações. Não é economicamente viável atender a todas as localidades do Brasil com tecnologias terrestres devido ao seu tamanho continental.
Além disso, o sindicato destaca que os satélites também transportam sinais de milhares de estações terrenas formando redes. Estas redes fornecem serviços críticos para instituições públicas que beneficiam milhões de cidadãos, com serviços de segurança, gestão de desastres naturais, programas sociais de educação a distância, serviços eletrônicos de governo, entre outros.
“O satélite representa, ainda, importante opção tecnológica e perfeitamente aderente ao Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Por meio do satélite, é possível ampliar a inclusão digital do País, contribuindo de forma insubstituível na consolidação do modelo de acesso à banda larga”, diz o presidente.
O Brasil conta atualmente com mais de 14 satélites geoestacionários em posições orbitais brasileiras, 35 satélites ocupando posições orbitais notificadas por outros países e visando a cobertura do nosso território, mais de 100.000 estações terrenas prestando diversos serviços como os de banda larga, além de suportar a oferta de TV paga DTH e TV aberta para milhões de brasileiros. Os leilões de posições orbitais geraram R$ 570 milhões para o Brasil nos últimos quatro anos.
Além da alta do dólar, que é o tema mais crítico atualmente para a indústria de satélites, o Sindisat também destaca a importância de ajuste das Taxas de Fiscalização (Fistel) à atual realidade tecnológica, uma vez que o valor do Fistel de uma antena parabólica de dados via satélite, tipo VSAT, é 7,5 vezes maior que o pago por um modem celular (R$ 26,83), enquanto não se paga essa taxa para uso de tecnologias distintas, como modem para acesso em banda larga.

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