O IT Forum Series é um projeto editorial que convida líderes de TI das maiores empresas do País para discutir algumas das tecnologias e tendências de maior potencial transformador. Aliados aos dados do estudo Antes da TI, a Estratégia, pesquisa promovida anualmente com os CIOs e gerentes de TI, o Series busca contribuir com a evolução do mercado e do ecossistema de tecnologia da informação e telecomunicações brasileiros.
PAMELA SOUSA (TEXTO), RAFAEL ROMER (MEDIAÇÃO E PRODUÇÃO), BRUNA BOMFIM E GEORGES NABAHAN (PESQUISA)
CONVIDADOS: ALEX VIEIRA, SUPERINTENDENTE DE INTELIGÊNCIA DIGITAL E TI DO HCOR, E TIAGO PENTEADO, HEAD DE PRODUTOS E TECNOLOGIA DA PITNEY BOWES
CAPTAÇÃO E EDIÇÃO DE VÍDEO: VORAZ FILMES
A busca por vantagens competitivas impulsiona uma corrida incessante de organizações em direção à inovação. Contudo, muitas empresas ainda enfrentam desafios significativos nessa jornada, já que, em diversos casos, persistem lacunas entre a inovação e o impacto tangível para o negócio.
Para enfrentar esse obstáculo e garantir que a inovação gere valor, é fundamental que a área de tecnologia esteja próxima do negócio. Esse foi um dos temas centrais do nono episódio do IT Forum Series, que discutiu os desafios da inovação no contexto da TI.
O debate contou com Tiago Penteado, head de Produtos e Tecnologia da Pitney Bowes, e Alex Vieira, superintendente de TI, Inovação e Transformação Digital do Hcor. A mediação foi feita por Rafael Romer, repórter do IT Forum, e contou com a participação de Bruna Bomfim, gerente de Estudos e Inteligência do IT Forum.
A relação entre as áreas de tecnologia e a inovação dentro das organizações já é de proximidade e, para 53% das empresas brasileiras, a TI atua de forma intensa nos projetos de inovação, ainda que não tenha a responsabilidade de realizar sua gestão, de acordo com a pesquisa “Antes da TI, a Estratégia“, de 2024, conduzida anualmente pelo IT Forum com lideranças de TI das principais empresas do Brasil.
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Ainda segundo o levantamento, 35% dos respondentes afirmam que a TI é geradora, incubadora e/ou gestora da maioria dos projetos de inovação. Apenas 10% dizem que a TI se envolve informal e indiretamente no tema, enquanto 2% indicam que não há envolvimento nos projetos de inovação.
O executivo do HCor concorda com os dados ao dizer que a criação de inovação está totalmente ligada à área de tecnologia estar conectada ao negócio. “Quanto mais os profissionais de tecnologia se interessarem em conhecer como as coisas funcionam, mais a TI vai estar, de fato, dentro da estratégia da instituição.”
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A relação entre TI e as áreas de negócio, no entanto, não é o único fator que garante uma estratégia bem-sucedida de inovação. É necessário, por exemplo, espaço para erros e aprendizados no processo de inovação. Segundo a pesquisa “100+ Inovadoras no Uso de TI“, do IT Forum, 63% dos CIOs reconhecem a importância de se tolerar projetos que falham durante a jornada de inovação. Mas essa nem sempre é a realidade dentro das empresas.
Para Vieira, pouquíssimas empresas têm a mentalidade de ‘vou investir até acertar’. A maioria trata a inovação como um projeto que precisa dar resultado. De acordo com o executivo, é comum que a discussão sobre inovação gire em torno do resultado esperado, sem levar em consideração o caminho até esse resultado. “Quando se apresenta a inovação como um experimento, como um teste para validar a viabilidade, a abordagem muda”, explica. “Infelizmente, muitas empresas acabam priorizando investimentos que têm um resultado garantido.”
Ecoando o ponto levantado por Vieira, Penteado compartilha sua experiência com o aprendizado na jornada de inovação. Em um projeto que liderou para a transformação da experiência de compras de um e-commerce, o time responsável não dimensionou a necessidade de consumidores além de grandes centros urbanos brasileiros.
“Quando lançamos a solução para um público mais amplo, percebemos que muitas pessoas nas áreas rurais não conseguiam acessar o sistema devido à falta de conectividade adequada”, revela.
O erro levou o time a traçar a jornada de inovação de volta para a ponta, a fim de compreender os desafios do usuário. “Quando estamos inovando, é essencial conhecer a ponta, as necessidades reais dos usuários”, comenta. “Foi crucial aprender com nossos erros e ajustar o curso rapidamente. A inovação não é um evento isolado, mas um processo contínuo de aprendizado.”
Inovação sem dados é achismo. A provocação, feita por Penteado, levanta mais um dos desafios fundamentais para o processo de ideação dentro de empresas: é preciso fundamentar o desenvolvimento de novos produtos, serviços e a adoção de novas tecnologias em dados.
A Pitney Bowes, por exemplo, está no caminho de implementação de um data lake, que será peça fundamental para a jornada de inovação da companhia. “Temos um profissional dedicado à coleta de dados e à nutrição das áreas de negócio com informações fornecidas pelos sistemas. Precisamos que todos os sistemas contribuam para esse modelo”, frisa Penteado.
A realidade é a mesma no setor da saúde. Segundo Vieira, do Hcor, a TI da organização trabalha hoje não apenas com informações administrativas para a inovação, mas também com dados hospitalares. “Eu estou gerando informações preditivas de cuidados para apoiar cuidados que possam acontecer em pacientes que venham com diagnósticos similares”, diz.
Um dos grandes desafios no processo, segundo o superintendente do hospital, tem sido lidar com dados não estruturados. “A área da saúde tem uma cultura de não estruturar a informação. Quando leio a evolução de um médico ou da equipe assistencial, são textos. A complexidade é enorme para estruturar esses dados e gerar predições de qualidade para a tomada de decisão clínica.”
O tema é importante, por exemplo, no avanço das ferramentas de inteligência artificial dentro de organizações, que também são vistas como alavancadoras da inovação. “A IA pode fornecer dados fantásticos para entender o ciclo de vida dos nossos sistemas e prever necessidades futuras”, alerta o CIO da Pitney Bowes. “Dados estruturados são essenciais, mas seu uso ético é ainda mais crítico para evitar problemas legais e garantir o sucesso das ferramentas.”
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