A lista de conteúdos originais da Netflix tem crescido e ganhado muita atenção do público. Tanto que, neste ano, a companhia pretende gastar cerca de US$ 17,3 bilhões em materiais originais.
Lançada em setembro de 2018, a série YOU (Você) ganhou uma segunda temporada em dezembro e vem gerando debates sobre o protagonista Joe Goldberg, um stalker profissional que até “muda de nome” para assumir a identidade de Will Bettelheim.
Não fosse apenas isso, o rapaz tem uma séria obsessão por mulheres que se apaixona. E isso fica ainda mais estranho nos recentes episódios, quando ele passa a usar um programa espião no celular da personagem Love Quinn.
Além disso, o protagonista utiliza práticas de perseguição online em redes sociais das vítimas para descobrir segredos, quem são seus amigos, o que costumam fazer, lugares que frequenta e tudo o que estiver disponível. Um software espião, chamado de stalkerware, escancara uma realidade crescente também no nosso país.
No relatório ‘A situação do stalkerware em 2019‘, da Kaspersky, softwares do tipo tiveram crescimento de 228% em seu uso no Brasil.
O número de vítimas globais, que tiveram ao menos uma tentativa de instalação, chegou a 37.532 entre janeiro e agosto do último ano. No país, em 2018, as tentativas de instalação chegaram a 1.232 vítimas; em 2019, houve um salto para 4.041 vítimas.
Assim como ilustrado na série, softwares stalkerware precisam ser instalados manualmente. Ou seja, o espião precisa ter acesso físico ao smartphone da vítima.
Para Erica Olsen, diretora do projeto Safety Net Project na National Network to End Domestic Violence, a prática “fornece a agressores e assediadores uma ferramenta completa para cometer assédio, monitoramento, perseguição e abusos”.
Algo que também precisa ser destacado é que esta forma de violência virtual cerceia as vítimas na vida real. Na maioria dos casos, as vítimas são mulheres.
Anna McKenzie, gerente de comunicações da European Network for the Work with Perpetrators of Domestic Violence, destaca que “70% das mulheres vítimas de espionagem cibernética também sofreram, no mínimo, uma forma de violência física e/ou sexual de seu parceiro.”
McKenzie também cita que é preciso impedir os criminosos de usarem “os telefones de suas parceiras para espioná-las” e que precisam ser responsabilizados pela violência que cometem.
Como explica Fabio Assolini, pesquisador sênior de segurança da Kaspersky no Brasil, “a orientação à vítima é a melhor arma contra o stalkerware”.
A vítima, relaciona Assolini, precisa “entender o que está acontecendo, saber o que pode ser feito e receber orientações sobre quais os próximos passos”. Há informações sobre suspeitas no site da Coalition Against Stalkerware, parceira da Kaspersky.
A empresa de segurança ainda aponta dicas que podem ser seguidas para se prevenir contra o stalkerware:
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