O físico Stephen Hawking morreu nesta quarta-feira (14) aos 76 anos, em sua casa, na cidade de Cambridge. A família confirmou seu falecimento à imprensa britânica.
“Estamos profundamente tristes pela morte do nosso pai hoje”, disseram seus filhos Lucy, Robert e Tim. “Era um grande cientista e um homem extraordinário, cujo trabalho e legado viverão por muitos anos”.
Hawking nasceu no dia 8 de janeiro de 1942, em Oxford, e se tornou um dos cientistas mais conhecidos e respeitados do mundo, tendo ajudado a popularizar a cosmologia, área em que se especializou. Autor de 14 livros, entre eles os best-sellers “O universo em uma casca de noz” e “Uma breve história do tempo”. Em 2014, sua biografia foi contada no filme “A teoria de tudo”, vencedor de um Oscar.
Legado
Entre suas principais contribuições para a comunidade científica estão teorias sobre a singularidade do espaço-tempo, o funcionamento dos buracos negros – eles não seriam totalmente negros, mas sim irradiam energia e, eventualmente, “evaporam”, e que flutuações quânticas no universo inicial poderia levar a um aglomerado de galáxias que conhecemos hoje.
O desejo inicial do cientista era estudar matemática, porém como não estava disponível na grade da University College, de Oxford, onde estudou, ele escolheu física e se formou em 1962. Na Universidade de Cambridge, deu início a sua especialização na área de cosmologia, onde concluiu seu doutorado. Lá trabalhou como professor de matemática. Ele também foi diretor do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica da mesma universidade.
Em outubro do ano passado, Hawking liberou sua tese de doutorado, escrita quando ele tinha apenas 24 anos, para que qualquer pessoa do mundo possa lê-la. “Propriedades de universos em expansão”, dissertação de 134 páginas, era o item mais solicitado na biblioteca da Universidade de Cambridge, de acordo com a própria universidade.
Nos últimos anos, o físico também se tornou um dos principais nomes a alertar sobre os efeitos colaterais de um desenvolvimento “irresponsável” da inteligência artificial. Hawking chegou a declarar que a ascensão da inteligência artificial poderia ser responsável por uma geração de armas autônomas, aumento da disparidade social e máquinas que desenvolvam vontade própria, algo que poderia colocá-las em conflito com a humanidade. Para ele, uma das saídas era a criação de um governo mundial para controlar a tecnologia.
ELA
Aos 21 anos, Hawking foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), a doença causa a morte dos neurônios motores, paralisando os músculos do corpo. Aos poucos, pacientes perdem a capacidade de se mover, de falar e de engolir. Apesar das limitações, as funções cerebrais não são comprometidas.
Quando diagnosticado, os médicos informaram que ele não viveria dois anos. “Eu vivi com a perspectiva de uma morte precoce nos últimos 49 anos. Eu não tenho medo da morte, mas não estou com pressa de morrer”, disse certa vez em 2010.
A Intel desenvolveu o software que possibilitava ao físico falar por meio de um computador. O programa conseguia interpretar sinais visuais e traduzi-los em palavras, que eram então “faladas” por uma voz sintetizada. Em 2015, a companhia tornou público o software.
Vida pessoal
Hawking se casou pela primeira vez em 1965 com Jane Hawking e se separou em 1991. Em 1995, teve seu segundo casamento com a enfermeira Elaine Mason e se divorciou em 2006. Ele teve três filhos.
Em comunicado, os filhos destacaram que “sua coragem e persistência, com seu brilho e humor, inspiraram pessoas em todo o mundo”. “Ele disse uma vez que este não seria um grande universo se não fosse o lar das pessoas que você ama”.
Repercussão
A Nasa publicou em sua conta no Twitter uma homenagem ao físico. “Suas teorias desbloquearam um universo de possibilidades que nós e o mundo estamos explorando. Pode continuar voando como Superman em microgravidade, como você disse aos astronautas na @Space Station em 2014”.
Eddie Redmayne, o ator que interpretou Hawking no filme “A Teoria de Tudo”, afirmou em comunicado que o mundo perdeu um “cientista surpreendente”. “Perdemos uma mente realmente bonita, um cientista surpreendente e o homem mais divertido que eu tive o prazer de conhecer. Meu amor e meus pensamentos estão com essa extraordinária família”, afirmou o ator, que ganhou o Oscar pela sua interpretação do físico, em 2014.
O jornalista Larry King, compartilhou no Twitter: “Uma vez perguntei a Stephen Hawking em uma entrevista o que mais o enlaça em todo o universo. ‘Mulheres’, ele respondeu. Ele fará falta. Descanse em paz”.
O astrofísico Neil deGrasse Tysson escreveu: “Sua morte deixou um vácuo intelectual. Mas não está vazio. Pense nisso como uma espécie de energia de vácuo que permeia o tecido do espaço-tempo que desafia a medida”.
Hawking nasceu exatamente 300 anos após a morte de Galileu, e morreu no mesmo dia do nascimento de Albert Einstein (14 de março de 1879).
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