Regulador adverte empresas sobre uso inadequado de big data

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1:21 pm - 13 de janeiro de 2016
O mundo da tecnologia comemorou produtos e serviços da próxima geração lançados na última semana na CES, realizada em Las Vegas (EUA). Contudo, uma agência federal emitiu um aviso severo para empresas que tentam tirar proveito de big data: cuidado com essa tendência.

Em relatório divulgado sobre o uso de big data pelas empresas, a Comissão de Comércio Federal dos Estados Unidos (Federal Trade Commission) pediu que companhias considerem o que seus conjuntos de dados representam para uma população de usuários e se as previsões geradas foram precisas.

O alerta realizado pela entidade se aplica em diversos casos. Como exemplo, a Comissão cita uma empresa que anuncia serviços aos clientes por meio de mídias sociais que pode estar negligenciando um grupo de consumidores importante para seus negócios, disse o relatório. 

A FTC recomenda que empresas se lembrem de uma regra de ouro na lógica: a correlação não iguala a causa. “Organizações devem lembrar que, big data é, de fato, muito bom em correlações de detecção, mas isso não quer dizer que todas as correlações são significativas”, disse o relatório.

Lembram do caso Google Flu Trends, tecnologia do Google que prevê surtos de gripe? A empresa tentou usar consultas de pesquisa sobre temas relacionados com a gripe para detectar a incidência da doença antes de estimativas do governo. Inicialmente, a tecnologia provou ser precisa, mas ultrapassou a prevalência da doença nos anos seguintes, levando a um debate sobre se as técnicas de mineração de dados e novas fontes de dados devem ser usadas para fazer grandes previsões sobre saúde pública.

O relatório da FTC salienta, ainda, que big data tem tido resultados positivos. Algumas instituições de ensino utilizam big data para identificar alunos que estão em risco de abandono, observa o relatório, e organizações de saúde mineram dados para prever a probabilidade de readmissão hospitalar ou predisposição para a doença de um paciente.

No entanto, o relatório observou crescentes preocupações de que big data pode colocar pessoas em uma bolha e não oferecer oportunidades para elas.

Alguns críticos temem que big data resulte na exposição de informações confidenciais. Por exemplo, pesquisadores descobriram que a combinação do Facebook público com informações possibilitou prever a origem étnica de usuários do Facebook em 95%, além da orientação sexual deles, bem como sua orientação política e se eles tinham consumido álcool ou drogas.
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