Redes sociais são ineficazes contra a desinformação sobre ciência, diz Sleeping Giants
Termos de serviço das plataformas não são claros ao usuário comum, avalia estudo do movimento que luta contra fake news

Um estudo realizado pelo movimento Sleeping Giants Brasil concluiu que os esforços das redes sociais no combate à desinformação ainda deixam a desejar. A pesquisa buscou avaliar a efetividade dos termos de serviço das redes sociais como ferramenta de enfrentamento às fake news.
Feita em fevereiro e 2023 nas plataformas Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, Kwai, Telegram, Twitter, Rumble e Twitch, a pesquisa demonstra que mesmo os tópicos que possuem regras a respeito, como os relacionados à Covid-19, continuam, há mais de seis meses, em circulação, inclusive em perfis verificados como o da deputada federal pelo Distrito Federal, Bia Kicis.
Das nove redes analisadas, apenas seis possuem regras orientando o uso dos serviços de forma estruturada. “Facebook, Instagram, TikTok, Youtube, Twitter, são as que dispõe de políticas de combate à desinformação objetivamente, entretanto, as apresentam em um labirinto documental que nada facilita o acesso e a compreensão das regras, especialmente ao usuário comum”, aponta o estudo.
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Temas como questão ambiental e a crise climática também estão vulneráveis a fake news nas plataformas. A pesquisa destacou que não há regras de publicação para conteúdos ao redor desses assuntos.
“Apesar da extrema urgência da agenda para o cenário nacional e internacional, o levantamento identificou conteúdos que contradizem consensos científicos sobre a existência e as causas da mudança climática. A amostra de conteúdo também identificou publicações reforçando teorias conspiracionistas sobre ciência”, destaca o Sleeping Giants Brasil.
Na análise, as plataformas não têm as habilidades necessárias para gerenciar o montante informacional produzido, publicado e veiculado nas redes, e avalia que, ainda que as empresas ofereçam ferramentas e estrutura para atuação de fiscalização conjunta à sociedade civil, elas não são suficientes e transparentes de forma a, de fato, abarcar e conter a expansão do problema.
“É primordial que as plataformas se responsabilizem pela apresentação dos Termos de Serviços vigentes para o seu uso, e que estes, por sua vez, sejam redesenhados e padronizados a fim de tornarem-se mais objetivos em demonstrar quais são os limites, regras e formatações disponíveis para todos os tipos de usuários da rede, sejam usuários comuns, pessoas públicas, negociantes entre outros”, recomenda o relatório.
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