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Rede Mirai: Ataques virtuais a dispositivos de IoT se tornam mais comuns

No ano passado, ocorreu um episódio nos Estados Unidos que afetou as estruturas da internet no mundo todo. O problema teria sido causado por um ataque hacker contra fornecedora de infraestrutura para internet Dyn, dificultando o acesso a sites como Twitter, Amazon, e portais de notícias​, além de outros dispositivos que formam a chamada Internet das Coisas (IoT).

Atualmente, esses ataques estão se tornando mais frequentes​ e as pessoas tem que compreendê-los para se prevenir dos riscos e vulnerabilidade envolvidos. Diante desse cenário, o Brasil está entre um dos países mais atacados pela botnet Mirai, que contamina câmeras de segurança IP, gravadores digitais de vídeo (DVRs) e outros dispositivos de Internet das Coisas, como impressoras e roteadores. 

E os números realmente chamam a atenção. De acordo com pesquisadores da Imperva, são mais​ de 160 países com dispositivos controlados pela botnet Mirai. Além do Brasil, Vietnã, Estados Unidos, México e China estão entre os países mais atacados. Já o número total de sistemas contaminados é de aproximadamente 150 mil.

O tráfego gerado pela botnet Mirai chegou a 1,2 terabit por segundo (Tbps) em 2016, o maior volume registrado até hoje em um ataque DDos. Esse número impressionante comprova que a falta de segurança em dispositivos do tipo IoT tornou-se uma grande ameaça cujas vítimas são tanto megacorporações, que dão acesso à informação (operadoras, portais, etc.), quanto usuários domésticos, que compram tais dispositivo. Em ambas as situações, infecções por bots criam total indisponibilidade de acesso à rede (e muita dor de cabeça para os usuários)​.

Recentemente, este tema também foi discutido. A falta de uma regulamentação de segurança para “Internet das Coisas” foi alvo de críticas pesadas do Bruce Schneier durante a RSA Conference deste ano. O executivo chamou a atenção sobre o quão perigoso é a falta de controles de segurança nestes dispositivos e enfatizou que a segurança da Internet está ameaçada por dispositivos que estão conectados a ela, projetados e vendidos por empresas que não se preocupam com a segurança da Internet. Assim como acontece em outras esferas — como produtos poluentes — fabricantes que criam “coisas” conectadas à internet também deveriam ser submetidos a regulamentações para a proteção de todos.

Uma possível solução não é simples. ​Para evitar esse tipo de ataque, todos os produtos teriam que ser recolhidos, o que seria completamente ​inviável. Mas o cenário pode ficar ainda mais complicado, quando o fabricante não possui nenhum mecanismo para atualizar os equipamentos vulneráveis e os donos dos aparelhos infectados não percebem o problema, já que a botnet não altera seu funcionamento.

​É preciso levar em consideração que qualquer um pode ser uma vítima. ​Os riscos estão por toda parte, sendo muito importante ter em mente que estes aparelhos podem funcionar como portas de entrada e saída de qualquer casa ou empresa. Para amenizar riscos, uma opção é a compra de aparelhos de empresas confiáveis que demonstram uma real preocupação com a segurança dos equipamentos, fazer atualizações periódicas dos softwares embarcados e, ainda, alterar as senhas originais de fábrica, sempre. Sendo fundamental que todos fiquem atentos aos riscos e vulnerabilidades desses ataques!

*Wander Menezes é líder técnico da Arcon Labs.

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