RecargaPay quer ser superaplicativo com vários serviços

Nascida há oito anos com a proposta de fazer a recarga de celular, fintech atinge camada de desbancarizados ou ignorados pelo sistema financeiro tradicional

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8:37 am - 30 de outubro de 2018

Criada em 2010 inicialmente como Recarga.com para a oferta de serviços de recarga de celulares pela web, o RecargaPay diversificou seu portfólio com a evolução dos smartphones e mirou o universo móvel com um app para Android e iOS a partir de 2013. Hoje, a fintech define-se como um ecossistema de pagamentos, principalmente daqueles do dia a dia.

Renato Camargo, CMO da RecargaPay
Renato Camargo, CMO da RecargaPay

“Chegamos a 10 milhões de usuários em três anos, atendendo a uma população muitas vezes ignorada pelo sistema bancário tradicional”, afirma Renato Camargo, CMO da RecargaPay.

O modelo de negócio da empresa, revelou o executivo, favorece a criação de carteiras digitais, sem necessidade de provar renda. “São 55 milhões de pessoas negativadas ou endividadas no País. Esse público também demanda soluções financeiras e estamos alinhados às suas necessidades, oferecendo a comodidade de acesso via celular, sem taxa e ainda com cashback [programa de recompensas]”, completa ele.

Camargo explica que entre os serviços disponíveis estão a recarga de bilhete único em Diadema, Ribeirão Preto, e São Paulo e região. Nesse segmento há muito espaço para crescer no universo digital, revela o executivo. Estimativas apontam que do total de vendas de bilheta único, 98% ainda é no físico. “Desses 2%, temos quase 40% de participação, o que prova que há muito a ser explorado aqui.”

Mais recentemente, a empresa lançou o Cartão Pré-pago sem taxas e com cashback de 1%, o maior do mercado brasileiro. O cartão virtual é gratuito e, ao disponibilizar o número de pelo próprio aplicativo, permite compras on-line. “Esse é inclusive nosso diferencial. Tudo o que fazemos nossos concorrentes fazem. A diferença é que não temos taxa para nada”, completa.

“Estamos trabalhando para incluir diversos serviços no app. Queremos que a RecargaPay seja um superaplicativo, um parrudo ecossistema de pagamentos digitais”, revela. Um dos próximos passos é, por exemplo, incluir pagamento de Zona Azul no app.

Horizonte promissor

Camargo observa que os primeiros anos de atuação da RecargaPay eram muito baseados no boca a boca. Agora que o mercado já reconhece a marca, a fase é de mostrar tudo o que é possível ser feito via app. “No nosso universo, não é briga por market share. Tem um pouco disso, mas mais do que brigar pelo mesmo espaço, o bolo está crescendo. Existe oportunidade e quem oferece o melhor serviço se sobressai”, indica.

A fintech, inclusive, tem contratado de forma acelerada para dar conta dos passos largos que tem dados. Já são mais de cem pessoas pensando em produtos e serviços para o consumidor.

A contratação de pessoal foi um dos pilares contemplados pelo investimento série B de US$ 22 milhões recebido pela empresa no começo de 2018. A rodada contou com os investidores International Finance Corporation (IFC), Fabrice Grinda e Martin Varsavsky, mais de cem investidores-anjo, que colaboraram pelas plataformas Angellist e FundersClub, e com a continuidade de DN Capital e FJlabs, investidores já existentes.

“Buscávamos com o aporte finalizar a tecnologia, nossa plataforma, investir em web services, compliance, segurança e a, naturalmente, equipe”, contabilizou o CMO. Mas a caça por talentos não é desenfreada, completou. “Nós é quem buscamos essas pessoas e vamos construindo o time.”

A equipe é, inclusive, uma das estrelas da atuação da RecargaPay, disse. “Aqui, cada um tem sentimento de dono, de fazer acontecer. Dono do negócio, cultura, tenacidade e altruísmo são valores que passamos desde o primeiro momento e isso é muito forte”, conta.

E apesar do crescimento dos negócios, Camargo aponta que por enquanto não está nos planos da empresa a internacionalização. “O foco é o Brasil.” Para fomentar esse salto por aqui, a RecargaPay está a poucos passos de uma próxima rodada de investimento. “Tomara que sejamos o próximo unicórnio”, brinca o CMO.

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