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Quem tem medo da nuvem? Empresas brasileiras mostram que estão fora da lista

Há alguns anos, era comum ouvir segurança e falta de entendimento como impeditivos para migrar para a nuvem. Agora, esses medos foram superados e mais empresas apostam suas fichas no modelo em razão de seus já conhecidos benefícios, como redução de custos, escalabilidade, flexibilidade e segurança.

Durante o AWS Summit, promovido anualmente pela Amazon Web Services, em São Paulo, empresas brasileiras, clientes da AWS, compartilharam projetos de cloud e melhorias conquistadas após ingresso no mundo da nuvem.

A Vtex, companhia brasileira de tecnologia com foco em comércio eletrônico, é uma delas. A empresa está presente, hoje, em 14 países, e apenas no último mês, em maio de 2016, lançou 1.130 versões de sua solução, graças ao poder da nuvem. Em sua lista de clientes estão grandes empresas como L´Oréal, Disney e Whirlpool.

Durante o Black Friday na Argentina, que aconteceu há duas semanas, o tráfego gerado no e-commerce foi 30 vezes superior ao registrado tradicionalmente. “Não conseguiríamos suportar essa demanda se não fosse pela nuvem”, assegurou Geraldo Thomaz, coCEO da Vtex.

A empresa usa serviços da AWS desde 2011 e desde então passou a construir serviços em cima da nuvem. “O mais interessante é que além de escalar para cima, também conseguimos escalar para baixo. O que significa que podemos reduzir a capacidade e, com isso, obter economias”, afirmou.

Outra brasileira, agora do ramo siderúrgico, a Gerdau, também presente em 14 países, trilhou recentemente seu caminho para a nuvem. Segundo Jean Paulo Orengo, IT Customer Services da Gerdau, a TI precisava inovar e a cloud surgiu como resposta. Contudo, para chegar até ela, o desafio foi enorme. “Não foram barreiras técnicos, mas de conhecimento tanto da TI quanto dos negócios sobre os benefícios da nuvem e de que forma aplicá-la na empresa.”

A saída foi encontrar um patrocinador forte para a iniciativa: o board. “Além disso, montamos um time de projetos multifuncional. Contudo, a mudança de jogo aconteceu com o trabalho de educação. Fizemos várias apresentações para explicar o conceito, como funciona e benefícios”, contou Orengo.

As melhorias logo foram observadas, como redução de custo de cerca de 50% em comparação com o cenário anterior, além de agilidade. Um exemplo foi o projeto SAP Hana, que sem a nuvem consumiria quatro meses apenas para ser iniciado. “Com AWS, começamos em três dias”, comemorou, acrescentando que agilidade tem valor vital para os negócios.

Marcelo Cortez Figueiredo, arquiteto de TI da Gerdau, assinalou que, no momento, o ambiente de desenvolvimento e qualidade está na nuvem, já em produção. Agora, a TI avalia quais aplicações críticas devem ir para a cloud e as que deverão nascer no novo universo. “Nossa visão de médio e longo prazos é de que vamos operar de forma híbrida.”

Para o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, órgão central da administração pública federal, a nuvem surgiu para apoiar a criação emergencial de uma plataforma para engajar servidores públicos de mais de 400 órgãos no combate ao Aedes Aegypti, transmissor dos vírus dengue, zika e chikungunya.

“Criamos um software, totalmente na nuvem da AWS, que pudesse orientar e acompanhar ações de combate”, explicou Vinicius Silva, coordenador de Sistemas do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Segundo ele, a nuvem caiu como uma luva, uma vez que a pasta tinha 24 horas para desenvolver um sistema móvel de alta capacidade e flexibilidade.

Entre os pontos positivos destacados pelo executivo estão baixo custo total de propriedade e desenvolvimento, escalabilidade, segurança e maturidade dos serviços. “Os próximos passos incluem a ampliação da iniciativa para outros projetos”, adiantou Silva.

A Movile, organização brasileira de TI que trabalha com serviços móveis e de entretenimento na América Latina, registra em seus sistemas mais de 70 milhões de atividades de usuários por mês.

Um dos aplicativos mais populares sob gestão da companhia está o Playkids, app para crianças aprenderem de forma lúdica, que, atualmente, é líder em acesso em dezenas de países, registrando 5 milhões de vídeos assistidos por dia, 4 milhões de jogos acessados todos os dias e mais de 1 milhão de livros lidos em uma base diária.

No coração da arquitetura da Movile está o Amazon Redshift, armazém de dados rápido da AWS, gerenciado e em escala de petabytes que promete tornar mais simples e econômica a análise de dados usando ferramentas de inteligência de negócios que organizações já dispõem. “Nosso crescimento foi muito rápido e a nuvem possibilitou essa expansão”, concluiu Igor Ribeiro, diretor de TI da Movile.

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