Qual a relação entre o iatismo e um data center?

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1:10 pm - 12 de abril de 2016
Velejar não é tão simples quanto se possa imaginar. Há centenas de detalhes que devem ser considerados na prática do esporte, desde a colocação correta de uma corda no barco até as condições do vento, que podem influenciar diretamente na estratégia tomada pelo iatista. 
O sueco naturalizado brasileiro Lars Bjorkstrom, campeão olímpico em 1980 de vela, sabe como a atenção a todos os elementos são vitais para o sucesso em uma competição. Em 1984, um parafuso mal colocado causou sua desclassificação e da situação ficou a lição de que nenhum detalhe pode ser deixado de lado, nem mesmo os que são considerados mais simples. 
Anos depois, Bjorkstrom parou de competir profissionalmente e passou a atuar como engenheiro na Aceco TI, onde é responsável por cuidar de todas as minúcias dos projetos de construção de data center conduzidos pela empresa. Lá, ele usa todo seu conhecimento em iatismo para desenvolver projetos de qualidade e precisão. 
“Um data center, assim como um veleiro, é um sistema complexo. Uma falha pequena pode colocar tudo em risco. Confiabilidade é fundamental, além de atender à diversidade dos clientes e cada necessidade de forma dinâmica”, sintetiza, garantindo que muitas técnicas do iatismo podem ser perfeitamente aplicadas em um centro de dados. 
Assim como um barco, que precisa ser montado peça a peça, um data center também tem, além da complexidade de ser erguido, desafios de integração. “Precisamos analisar todas as pontas, do cabo à configuração”, observa. Como muitos dos data centers erguidos pela Aceco são em prédios comerciais em meio à cidade, a dificuldade é ainda maior, causando preocupação com segurança, energia sempre disponível e conectividade.
Futuro do data center
No esporte, técnicas evoluem conforme os anos e no data center não poderia ser diferente. Bjorkstrom reconhece que muitas das tecnologias dos centros de dados, hoje, estão se tornando obsoletas e há uma grande mudança em curso. “A Lei de Moore está no limite e isso muda arquitetura de processador, storage, servidor e muitas outras soluções.”
Claramente, o futuro, diz, está pautado na hiperconvergência e o hardware vai se transformar em material burro, como ele mesmo definiu. “Toda a lógica já está no software”, comenta.
Graças à virtualização, há ainda a tendência de mais informações em menos espaço, reduzindo ocupação física e consumo de energia. “Data centers não devem crescer tanto em metro quadrado, mas, sim, em gasto energético. Isso é um desafio, uma vez que esse recurso natural torna-se cada vez mais caro.”
Outros elementos não podem ser esquecidos são mobilidade e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), diz, que deverão promover ainda mais complexidade no ambiente tecnológico e devem ser endereçadas no coração do data center. “Com IoT, centralizar tudo em um data center não será a resposta, porque a comunicação não vai dar conta. Tratar os dados localmente será o segredo”, assegura.
Diante desse cenário, para Bjorkstrom, adaptabilidade e flexibilidade serão palavra-chave do data center daqui para frente. “É preciso dinamismo. Construir para mudar, antes que comece a chover e você tenha de alterar a rota sem saber o que vem pela frente”, finaliza, comparando esporte e TI mais uma vez.
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