Prevenção às ameaças cibernéticas no setor financeiro: um esforço conjunto
A questão de saber onde reside a principal responsabilidade na prevenção de ataques, golpes ou fraudes financeiras surge como uma investigação crítica

Marcas globais do mercado Financeiro têm sido afetadas por violações de dados, que ocorrem em meio a um aumento nas taxas de crimes cibernéticos, impulsionado por táticas maliciosas cada vez mais sofisticadas.
O Brasil também enfrenta a sua parte de ameaças cibernéticas, incluindo ataques a importantes organizações que representam riscos substanciais tanto para clientes quanto para as instituições financeiras.
Consequentemente, bancos e empresas de serviços financeiros do país foram submetidos a exercícios de guerra cibernética sem precedentes a fim de avaliar a sua preparação para potenciais ciberataques debilitantes, com ramificações generalizadas para milhões de brasileiros.
Neste contexto, a questão de saber onde reside a principal responsabilidade na prevenção de ataques, golpes ou fraudes financeiras surge como uma investigação crítica. Deverá no futuro recair – mesmo que parcialmente – sobre os clientes a responsabilidade de salvaguardar as suas senhas, informações pessoais e contas, ou será que a responsabilidade se manterá sobre os bancos?
É essencial reconhecer o papel crucial dos clientes na criação de senhas fortes e sua constante atualização de senhas na salvaguarda das informações pessoais. Devem exercer prudência, proteger informações pessoais, adotar práticas efetivas de segurança cibernética e permanecer vigilantes contra ameaças: seja evitando links suspeitos ou monitorando suas transações. No cenário atual de ameaças cibernéticas, a conscientização do cliente é vital. No entanto, as violações ainda podem ocorrer apesar de toda essa diligência.
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Embora tanto os clientes quanto os bancos desempenhem papéis importantes no reforço às defesas contra a fraude financeira, a responsabilidade principal, em última análise, cabe às próprias instituições. Esta afirmação é sublinhada pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) na medida em que os bancos são responsáveis por uma grande quantidade de dados pessoais, abrangendo informações financeiras, detalhes de transações e dados de identificação. O vazamento desses dados pode levar a fraudes financeiras e golpes.
Conforme pesquisa recente sobre segurança na nuvem divulgada pela Tenable, 53% das empresas do setor bancário/financeiro/seguros foram prejudicadas pela exposição de vazamento de dados. O relatório apontou ainda que os principais riscos para a infraestrutura em nuvem são identidades inseguras e configurações incorretas. Os maiores desafios para proteger identidades e permissões incluíram a falta de visibilidade (53%).
Das organizações que sofreram violações relacionadas à nuvem, impressionantes 99% citaram o risco de identidades e permissões como a causa. Fundamental para superar esses problemas é uma abordagem de segurança coesa, incluindo análise de risco de identidade, que ajuda a facilitar recomendações de segurança.
Os bancos e as instituições financeiras servem como guardiães de vastos tesouros de dados e ativos sensíveis – aos quais é confiada a tarefa de proteção contra ameaças internas e externas. Para isso, são necessárias técnicas avançadas de encriptação, reforço dos mecanismos de autenticação, recursos analíticos de comportamento do usuário, visibilidade completa do ambiente, tecnologias para gerenciamento de acesso aos dados e de identidade (IAM) e inúmeras outras funcionalidades.
O IAM no setor bancário, por exemplo, é uma área crítica para garantir a segurança dos dados e a confiança entre empresas e clientes. Temos observado que a maneira mais rápida para os cibercriminosos penetrarem na organização é por meio do sistema de identidades. Por isso, torna-se importante ter visibilidade dos riscos e como preveni-los na empresa devido à falta de atualizações ou permissões não selecionadas corretamente.
Ao cultivar uma cultura de segurança e conformidade, os bancos podem inspirar confiança entre os clientes e demonstrar o seu compromisso na salvaguarda dos seus interesses financeiros.
Proteger dados sensíveis e garantir transações seguras são prioridades de todos nesse contexto. Ao investir em esforços em soluções assertivas que facilitem o gerenciamento e a visibilidade do seu ambiente, é possível mitigar de forma eficaz os riscos colocados pelas invasões, golpes ou fraudes financeiras, preservando (mesmo que não integralmente) a confiança dos seus clientes num mundo cada vez mais digitalizado.
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