Presidente da Volkswagen renuncia após acusação de alterações em sistema de emissão de gases
Martin Winterkorn, presidente do grupo alemão Volkswagen, anunciou nessa quarta-feira (23/9) que renunciou ao posto. A decisão veio após a denúncia da Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA) dos Estados Unidos acusar a montadora de adulterar o sistema de emissão de gases poluentes de seus veículos a diesel.
“Estou chocado com os acontecimentos dos últimos dias. Acima de tudo, estou chocado que a má conduta em tal escala tenha sido possível no grupo Volkswagen”, afirmou Winterkorn por meio de comunicado. “A Volkswagen precisa de um novo começo. Eu estou limpando o caminho para esse novo começo com a minha demissão”, acrescentou.
Também nessa quarta-feira, a justiça da Alemanha abriu um inquérito preliminar para apuração da falsificação de dados, de acordo com comunicado dado pelo promotor de Brunswick, ao Norte da Alemanha. A promotoria também informou que será feita a coleta e a avaliação dos dados, bem como a investigação “de várias queixas” apresentadas contra a fabricante.
Entenda o caso
Na sexta-feira (18), a EPA denunciou a Volkswagen por falsificar o desempenho dos motores de veículos da montadora em termos de emissões de gases poluentes. A verificação é feita por meio de um software incorporado em carros a diesel que, de acordo com o órgão, identificaria quando estaria sendo feito testes no veículo, consumiria menos combustível e, dessa forma, reduziria a emissão de gases poluentes.
Ainda de acordo com a EPA, a taxa de emissão de óxido de nitrogênio dos veículos da montadora alemã está entre 10 e 40 vezes maior do que o permitido.
Na terça-feira (22), a Volkswagen anunciou que mais de 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo foram equipados com o tipo de motor que poderia distorcer os dados de emissões.