Presidente da EMC para AL não vê muita sobreposição na região em integração com Dell

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7:05 pm - 04 de maio de 2016

O assunto integração Dell-EMC acabou por dominar as discussões durante o EMC World 2016 e não poderia ser diferente. Todos querem entender como será a nova empresa: um gigante que, após a conclusão da fusão, terá receitas anuais na casa dos US$ 80 bilhões. Algo tão grandioso que assusta pensar em como tudo vai funcionar. Olhando regionalmente, ainda não se conhece os impactos da transação na América Latina. No caso do Brasil, especificamente, ambas têm operações consideráveis, produzem localmente, têm centros de clientes e até pesquisa e desenvolvimento. 

Para Octavio Osorio, presidente de vendas da EMC para América Latina, trata-se de uma fusão estratégica, principalmente pela complementariedade dos portfólios. De um lado, a empresa de Joe Tucci tem força em missão crítica e domina as grandes corporações, do outro, a Dell transita bem entre as pequenas e médias empresas e conta com uma infraestrutura de supply chain global. Ele lembra ainda que as empresas já vinham trabalhando em conjunto por meio de uma aliança onde a Dell vendia alguns produtos EMC. Para o executivo, a consolidação deve ampliar os benefícios. O próprio Michael Dell na abertura do encontro afirmou que vários produtos Dell foram desenvolvidos em cima da arquitetura da gigante do storage.

“A integração ainda está em análise já que a transação não está totalmente fechada. A mensagem que temos e que os executivos enviaram é que a EMC vai cobrir mercado empresarial e a Dell o mercado mais comercial, e vamos minimizar as sobreposições, ainda que tenhamos (ambas empresas) uma infraestrutura grande na região, não são infraestruturas que sobrepõem”, comentou Osorio, ao falar com jornalistas da América Latina durante o EMC World, em Las Vegas.

Ainda sobre a unificação das companhias, Osorio avaliou que, embora desafiador, a relação com os canais e demais parceiros não deva ser problemática. Lembrou que nos canais especializados já existe muita sinergia, uma vez que vários deles vendem storage EMC e servidores Dell. O desafio maior estará em revendas que trabalham com PCs e outros produtos de venda mais simples, mas para esses o executivo não entrou em detalhes de como será o trabalho. Tudo está sendo tratado de maneira muito discreta, parte pela falta de aprovações finais e parte por, provavelmente, alguns estudos ainda estarem em andamento. Administrar o gigante não será tarefa fácil e a montagem do quebra-cabeça da gestão deve estar entre as mais difíceis no mundo das fusões e aquisições da indústria de TI.

Outro ponto abordado foi a própria aceitação dos clientes dessa nova empresa que surge. Questionado se eles sentiam temor por parte dos clientes, Osorio afirmou que todo o trabalho que tem sido realizado é para proteger o investimento do comprador, principalmente, nos casos de sobreposição de produtos voltados para empresas de médio porte. “Mas a maioria dos clientes mostram que vão manter ou aumentar investimentos em tecnologias EMC e Dell, mais de 90% têm percepção positiva, uma parcela muito pequena tem preocupação e na região tem sido muito positivo de maneira geral”, ressaltou, mencionando um levantamento feito pelas fabricantes com clientes globalmente.

Afora todo o processo de integração em andamento, as empresas seguem suas vidas normalmente. Durante o evento, por onde circularam seguramente mais de dez mil pessoas de diversas partes do mundo, a companhia apresentou diversos lançamentos, entre produtos para grandes empresas, linhas 100% flash, novas arquiteturas pensadas nessa economia totalmente baseada em nuvem, entre outros. Para a AL em especial chama atenção a linha Unity, que estará disponível a partir do segundo semestre deste ano, e tem como diferencial levar um equipamento 100% flash para empresas de menor porte. A ideia, de acordo com Osorio, é num segundo momento até ter produção local no Brasil.

“O Unity vai para o mercado médio onde está posicionado o VNX. Com ele se pensou uma versão 100% flash e se espera que ele tome esse mercado do VNX, ainda que esse produto siga disponível. O Unity, pelas características da região, é bastante importante porque grande parte das empresas são de médio porte”, pontuou Osorio.

*O jornalista viajou a Las Vegas a convite da EMC

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