Na próxima década, segundo previsões da Cisco, o mundo vai gerar US$ 19 trilhões a partir da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), tendência que a fabricante batizou de Internet of Everything (IoE). O potencial desse mercado é enorme e o Brasil assume posição privilegiada para se beneficiar dessa onda.
Dados da fabricante apontam que somente a América Latina será responsável por US$ 860 bilhões desse montante, sendo que o Brasil ficará com a maior fatia: US$ 352 bilhões – US$ 70 milhões por parte do setor público e US$ 282 do privado. Atrás do País estão México com US$ 197 bilhões, Argentina com US$ 79 bilhões e Colombia com US$ 64 bilhões. O resultado dessa constatação foi obtido ao analisar 61 estudos de caso, sendo 21 no setor privado e 40 no público.
“A América Latina está na vanguarda da internet das coisas e o Brasil apresenta muitas oportunidades em razão do desafio de produtividade. A gestão das cidades mostra-se como um caminho para aproveitar os benefícios da digitalização. Estamos na era da democratização da inovação e as cidades deverão liderar ações na área”, afirma Jordi Botifoll, presidente da Cisco América Latina, completando que o governo nacional já está adotando o modelo para inovar e melhorar a competitividade. “Temos aliança há cerca de três anos para executar ações na área.”
O executivo mostrou alguns casos de uso de internet das coisas no Brasil, como a Eletrobras. A empresa responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia no País firmou parceria recentemente com a Cisco para um projeto de smart grid. A ideia é contar com um programa de medicação inteligente que atenderá aos estados do Amazonas, Alagoas, Acre, Piauí, Rondônia e Roraima.
O Energia+, que terá financiamento do Banco Mundial no valor de R$ 1,2 bilhão, busca eficiência operacional por meio da melhoria da qualidade dos serviços e do controle de perdas não técnicas, que segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), chegam em média a 22% na Região Norte e 10% no Nordeste.
A AES Eletropaulo, também do setor de energia, está apostando no potencial da IoE para aprimorar seus serviços. Serão 62 mil medidores inteligentes que vão distribuir energia para mais de 250 mil pessoas. “O segmento tem direcionado esforços em conexões, mas outros setores, como manufatura, varejo e saúde, estão ampliando os investimentos”, pontua Botifoll.
São Paulo rumo ao digital
Como parte de seus projetos de IoE, a Cisco está trabalhando em linha com o governo para transformar a cidade de São Paulo em inteligente e altamente conectada. Com base em análises e diagnósticos, foram estabelecidos três fases para concretizar o São Paulo 2525. A primeira está relacionada com telesaúde, teleducação, smart card em saúde, educação, transporte, monitoramento do tráfego e centros comunitários de inclusão digital.
A segunda diz respeito a hospitais sob rodas, rastreamento de ativos de hospitais e gestão de estacionamentos. A última onda deverá fazer a administração conectada da frota de ônibus, além de colaboração entre agências para segurança dos cidadãos. De acordo com a fabricante, a primeira fase já está em implementação. Até o momento, já existem hospitais atuando em colaboração e acesso à web por escolas.
*A jornalista viajou a San Diego (EUA) a convite da Cisco
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