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Por que os varejistas não conseguem trabalhar com os dados que possuem?

A era do “achismo” e do feeling já passou, embora muitas áreas ainda ignorem o poder das diferentes informações que são obtidas pelo sistema, no dia a dia da companhia. No cenário brasileiro, o varejo exemplifica essa situação, por mais que tenham à disposição inúmeras referências sobre seus consumidores, são poucos os que conseguem extrair inteligência e rentabilizar da própria operação.

É uma realidade comprovada pela pesquisa Desafios do Varejo, feita em conjunto pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPB Brasil) e pelo Sebrae. Ainda que seis em cada dez varejistas brasileiros se considerem inovadores, eles seguem adotando técnicas obsoletas no dia a dia da gestão. Quase dois terços deles (65%) orientam-se pela intuição e experiência profissional, enquanto 61% observam a concorrência.

Os dados revelam uma realidade preocupante que, por mais que o varejo busque conhecer as principais tendências tecnológicas para o setor, o fato é que os lojistas encontram uma série de dificuldades para lidar com o volume cada vez maior de dados existentes em seus negócios. Hoje, a gestão do setor engloba dados de transações financeiras, desempenho de campanhas de marketing, estoque, logística, precificação, fluxo de visitantes, entre outras.

Imagine a visão que eles teriam se conseguisse cruzar e analisar todas essas informações de forma rápida?

Existem dois fatores principais impedindo que isso aconteça atualmente, o primeiro deles é cultural, pois como relatado pela pesquisa, a grande maioria dos profissionais confia em sua própria experiência de vida e em seu feeling para tomar as decisões. Em um cenário de intensa competitividade e evolução tecnológica, essa tática pode levar a erros de julgamento que inviabilizam o negócio. Não significa, evidentemente, que não se deve valorizar a trajetória de vida dos gestores, mas que ela precisa estar acompanhada com o que há de mais moderno e inovador nos setores em que atuam.

A segunda barreira consiste na própria adoção da tecnologia, em que os empresários estão começando a abrir seus olhos para soluções que conseguem otimizar e agilizar processos internos e, assim, os softwares como serviço (SaaS, na sigla inglesa) estão começando a ocupar posições de destaque dentro do varejo. Entretanto, esse crescimento ainda é desordenado, pois, as lojas estão adotando sistemas que resolvem situações específicas, mas que não conseguem “conversar” entre si, fazendo com que, as plataformas de integração sejam ferramentas primordiais para o sucesso de qualquer negócio.

Na era da Internet e da transformação digital, os dados são o ativo mais importante que uma empresa pode ter. Saber trabalhar com eles, portanto, deixa de ser um diferencial estratégico para se tornar uma questão de sobrevivência. Dada a quantidade crescente de informações que os sistemas oferecem todos os dias, é necessário garantir que elas estejam alinhadas e conectadas para, no fim, entregar a inteligência que o gestor precisa para fazer seu varejo crescer.

*Diogo Lupinari é CEO e cofundador da Wevo

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