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Por que o Google tem tanto interesse em realidade virtual?

Com a criação da Alphabet para dar autonomia à empresa no desenvolvimento de tecnologias como pesquisas voltadas para ciências e saúde, carros autônomos e até mesmo robôs de guerra, você pode pensar que a base do Google não é mais a publicidade – só que não.

Quase toda a receita da empresa para este ano foi feita por meio de anúncios. Dos US$ 69 bilhões registrados até agora, 89% vieram desse segmento. considerando esse cenário, uma das coisas mais importantes, portanto, para a companhia é para onde os olhos dos usuários se movem – e, não surpreendentemente, o alto investimento da empresa em tecnologias de realidade aumentada como aliada faz todo o sentido.

A Google já possui algumas iniciativas com a tecnologia, a começar pelos seus óculos high-tech, o Google Glass. Anunciado oficialmente em 2012, o gadget aparentemente ainda está em desenvolvimento. Depois, a empresa apostou no Google Cardboard, uma versão mais barata dos óculos de realidade virtual e o usuário pode usar o próprio smartphone para fazê-lo funcionar e ter uma experiência de imersão.

A gigante das buscas também já fez uma parceria com a GoPro para incentivar o desenvolvimento de conteúdo em vídeo 360 graus para o YouTube.

Há também o investimento na Magic Lead, uma empresa de RV que ainda não divulgou quaisquer produtos, mas continua a atrair grandes financiamentos. Para se ter uma ideia, na última semana, a startup consegui levantar US$ 827 milhões em uma rodada de série C.

Sundar Pichai, CEO da Google, já declarou que vê o uso da realidade virtual para muito além dos jogos. A tecnologia em si permanece em segredo, mas irá contar com algum tipo de wearable, e – ao contrário do Glass ou do Cardboard – não necessitará olhar através de um equipamento ou para uma tela.

O fundador da Magia Leap, Rony Abovitz, falou sobre um “sinal de campo digital e dinâmico” que aparentemente engana o cérebro para pensar que qualquer objeto digital que ele está vendo está realmente incorporados ao mundo real – e não sobreposto. Ele também falou sobre Magic Leap transformando o mundo em “seu novo desktop” ou “sua nova tela”, criando uma espécie de “realidade cinematográfica”.

As motivações para os investimentos são claras: os anúncios na web estão em uma situação complicada quando migraram para dispositivos móveis, por conta das telas menores – o que se torna algo irritante para usuários. E isso pode afetar diretamente no modelo de negócios do Google.

O amplo uso de dispositivos móveis conectados continuam a atrair a atenção dos usuários para longe da ferramenta de busca e o Google precisa mudar essa tendência – e a habilidade de inserir conteúdo artificial no mundo real por ser uma saída.

Então se você achou que o mundo da realidade virtual reservada para você uma sala mágica, com baleias que voam, zumbis na sua sala de estar ou qualquer outra realidade fantasiosa – pense de novo. Estamos falando de uma empresa que tem como principal interesse arranjar meios para inserir publicidade bem no campo de visão do usuário.

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