Por que hoje é o melhor momento para se dedicar a ideias?

Ideias distinguem os seres humanos dos animais. E se existe uma capacidade única intrínseca das pessoas esta é a de ir além da realidade e pensar em possibilidades. Com base nessa premissa, Sebastían Tonda, vice-presidente e membro da Associação Mexicana das Agências de Publicidade, e fundador e CEO da Flock, agência digital número 1 no México, definiu o momento atual como o melhor para se dedicar a ideias.
Tonda fala com propriedade sobre o tema por ser um ehttps://stg.itforum.com.br/wp-content/uploads/2018/07/shutterstock_528397474.webpso de como a evolução tecnológica dará forma à humanidade daqui para frente. E foi justamente essa tônica que ele levou para a sua apresentação no IT Forum Latam, realizado pela IT Mídia nesta semana em Miami (EUA). “As ideias estão passando por um momento interessante e a tecnologia tornou-se exponencial. Elas estão em evolução”, sentenciou, mostrando como exemplo o pebolim, que para muitos migrou para o videogame.
Basta olhar para outros mercados e observar empresas como o Airbnb, que superou em 2016 o Hilton sem contar com um único quarto de hotel, e o Waze, que transformou a forma com que as pessoas se deslocam. “Os carros seguem a mesma direção. Quando comparamos o passado com a possibilidade de um futuro muito próximo, entendemos a distância que estamos percorrendo e o que podemos alcançar”, refletiu.
Sergey Bin, fundador do Google, disse em 2012 que em cinco anos, portanto em 2017, poderíamos ver carros autônomos na rua. Ele realmente estava certo, mas não observaremos veículos do tipo de forma massiva nos próximos cinco anos. Uma afirmação, no entanto, é certa, alertou Tonda, todos que têm filhos com menos de oito anos nunca os verão aprendendo a dirigir.
Máquinas versus humanos?
De 2020 a 2050 o que pode acontecer quando o assunto é inteligência artificial (AI, na sigla em inglês)? Segundo Tonda, hoje, o computador tem a capacidade de raciocínio de um rato. Em 2020, contudo, o PC terá a de um humano. “Isso não quer dizer, no entanto, que computadores vão sentir ou pensar como nós, mas que terão a mesma capacidade de correlação informacional”, previu.
Esse quadro gera outra discussão: o que acontecerá quando qualquer computador tiver a capacidade de um humano? Na verdade, alguns exemplos já mostram que isso é possível, como quando, há cinco anos, o Watson, da IBM, venceu o Jeopardy!, show de perguntas e respostas que inclui história, literatura, cultura e ciências.
Tonda alertou que a inteligência artificial não será a única que transformará a vida das pessoas. A robótica também entra na lista, mas o que acontecerá quando elas se juntam é que será a questão. Na visão do especialista haverá uma fusão humano e tecnologia.
Biotecnologia avança
Pessoas, assim como computadores, têm códigos. Mas em vez de binários o de humanos é composto por quatro nucleotídeos. E DNA tem sido cada vez mais objeto de estudo. Tanto é que o custo de análise do DNA humano se torna mais acessível, ajudando na visibilidade de possíveis doenças. “Eu, por exemplo, descobri que tenho chances de ter uma doença degenerativa no olho, o que me permite contribuir para a comunidade que estuda a enfermidade, ajudando a encontrar uma cura”, apontou.
A biotecnologia também avança de tal forma que será possível, por exemplo, que pessoas tenham visão noturna. “Quem aceitaria que colocassem um chip para ter mais inteligência? Parece louco, mas é o tipo de pergunta que vamos ter de começar a fazer.”
Neurociência
Ainda se sabe pouco do cérebro, lembrou o ehttps://stg.itforum.com.br/wp-content/uploads/2018/07/shutterstock_528397474.webpso. Isso porque, a análise mais aprofundada teve início há 15 anos. “Antes eram feitos estudos em animais para entender sua dinâmica. Mas o que está claro é que ele funciona com energia. Se morre é como uma televisão que não se pode conectar. E isso tem muitas implicações”, refletiu.
Já pensou em poder controlar suas emoções por meio de um dispositivo conectado ao cérebro. Isso já é possível. A empresa Thync criou um aparato tecnológico que usa US$ 200 e que, conectado ao cérebro, permite que pessoas relaxem. “Transformar emoções por meio da tecnologia será o próximo Google”, acredita.
Aconteça o que acontecer, Tonda lembrou que estamos em uma época de transformação inusitada, onde o poder das ideias não tem precedentes. “Há grande capacidade de transformação graças ao avanço da tecnologia, mas temos grande responsabilidade para usar essa tecnologia da forma correta. O poder da ideias afeta bilhões de pessoas e podemos tomar decisões todos os dias. A melhor forma de prever o futuro é criando”, alertou.
Apesar de nunca sabermos de onde vem as ideias, Tonda recomendou três passos importantes para fomentar o ambiente imaginativo: foque sempre no consumidor; falhar faz parte do jogo; e colaborar é chave.