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Pesquisadores de Stanford vão estudar impactos da inteligência artificial no mundo

Como parte do “estudo de um século”, alguns cientistas
anunciaram que vão pesquisar os efeitos da inteligência artificial na
sociedade, bem como seus impactos na economia, nas guerras e violência urbana. O
projeto, anunciado esta semana, será conduzido pela Universidade de Stanford,
em parceria com a Microsoft.

Por definição, inteligência artificial compreende qualquer sistema
de computador que execute tarefas que tradicionalmente requerem inteligência e
percepção humana. A particularidade da iniciativa incide no fato de ser um não
apenas um estudo de longa duração, mas também por buscar mapear os efeitos dessas
tecnologias à medida que essas passam a influenciar na redefinição de regras da
sociedade.

“Minha posição é que a inteligência artificial está
assumindo o controle. Poucos humanos podem estar realmente no controle, mas
cada vez são menos e menos casos”, explicou Sebastian Thrun, roboticista que
liderou o desenvolvimento do modelo de automóvel do Google que não necessita de
motorista, em entrevista ao The New York Times.  

Iniciativas de estudo na área ganharam força em 2009, quando
a Associação para o Avanço da Inteligência Artificial, liderada por Eric
Horvitz, organizou um encontro cientistas americanos para discutir os possíveis
desdobramentos dos avanços da inteligência artificial.

No entanto, a evolução das tecnologias, como reconhecimento
de voz e robótica, estão levando cientistas a questionarem se inteligência
artificial pode substituir os seres humanos em seus trabalhos. A grande
preocupação aqui, como colocou o New York Times, são os efeitos devastadores
que podem ser gerados, como a criação de robôs para conflitos armados e até
mesmo sistema de vigilância.

Atualmente, Eric Horvitz está à frente do centro de pesquisa
do campus Microsoft Research em Redmond (EUA) e, juntamente com sua esposa Mary
Horvitz, irá realizar a iniciativa, com apoio da Universidade de Stanford,
chamada de
“Cem anos de estudo sobre a inteligência artificial”.

O especialista questiona a capacidade das máquinas
desenvolverem capacidades humanas de controle e habilidade. No lugar disso, Horvitz
defende a opinião de que essas tecnologias podem trazer também impactos negativos
para a sociedade. Dentre a iniciativas com esse potencial, ele cita o malware
Stuxnet, desenvolvido por agências de inteligência para atacar as instalações
nucleares iranianas.

“A perda de controle de sistemas de inteligência artificial
se tornou uma grande preocupação. Ela chega a assustar as pessoas. Ao invés de
simplesmente ignorar os clamores populares, os cientistas deveriam monitorar e
continuar avaliando estas tecnologias constantemente”, afirmou Horvitz em
entrevista ao jornal.

O investimento na pesquisa não foi divulgado pela
instituição. O objetivo inicial é selecionar um grupo de pesquisadores que produzirão
relatórios sobre a tecnologia e seus efeitos, que serão publicados no final de
2015.

* Com informações do The New York Times. 

 

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