Paulo Bernardo: “Oi não deveria ter ficado de fora do leilão do 4G”
O Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, acredita que o fato de a Oi não ter participado do leilão da faixa 700 MHz é negativo para a empresa. Para ele, a operadora deveria ter participado da compra do espectro, adquirido pelas companhias Vivo, TIM e Claro, que ganharam a partir de então vantagem competitiva no mercado de 4G.
Bernardo disse, durante a Futurecom, realizada de 14 a 16 de outubro em São Paulo, que o desfalque no processo de fusão com a Portugal Telecom pode ter feito com que a Oi ficasse de fora do leilão.
De acordo com o Bernardo, para efetuar a venda do espectro, foi preciso montar um fundo de R$ 3,6 bilhões para finalizar a digitalização da TV e permitir o desligamento analógico, desocupando a faixa para que as operadoras pudessem adquiri-la.
O leilão da faixa para 4G foi, segundo João Rezende, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o de maior arrecadação da história da agência, somando R$ 9 bilhões. O 3G arrecadou cerca de R$ 6 bilhões. “Os números mostram a maturidade do mercado de telecom no Brasil”, aponta.
Para Bernardo, as empresas que compraram a faixa terão a oportunidade de desenvolver do 4G. Rezende concorda e diz a faixa 700 MHz é fundamental para o desenvolvimento de negócios futuros, já que se trata de um processo de longo prazo, de cerca de quatro anos.
O Ministro das Comunicações lembrou que o mercado nacional consumiu sete anos para ficar pronto para o 3G e dois anos e meio para o 4G. Por isso, a preparação para oferta do 5G deve começar já. “Se em 2020 teremos o 5G disponível no mundo, temos de nos preparar agora”, conclui.
Ele acredita ser um absurdo o valor dos impostos em telefonia e é preciso mudar o quadro. “O consumidor, por exemplo, paga R$ 100 em sua conta sendo que R$ 40 é de impostos”, observa. O Ministro relembra que ao reduzir a carga tributária, seria possível aumentar a arrecadação, já que o uso se intensificaria.