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Para analytics decolar, CIO precisa se aproximar das áreas de negócios

Não é de hoje que a falta de alinhamento ou de um trabalho mais colaborativo entre TI e áreas de negócio reflete nos resultados e gera atritos internos nas empresas. Mas se for para olhar para soluções específicas, uma das que mais sofre por conta desse não-diálogo é a de analytics/BI. Como trata-se de aplicações que geram impacto direto nos negócios, departamentos como o marketing, vendas e finanças sempre estão em busca de melhorias e de diferentes tipos de cruzamento de dados para extraírem o máximo de valor possível. E aí começam os problemas, já que, geralmente, a TI não permite tanta flexibilidade.

Afora essa falta de liberdade das áreas de negócio, muitas companhias continuam olhando para o passado. “Em muitas empresas relatórios e dashboards ainda são usados como ferramentas únicas de exploração, olhando para o passado, quando existe muita informação, tudo dentro da corporação, não sendo explorada”, comentou João Tapadinhas, diretor de pesquisa do Gartner.
O especialista lembra ainda que outro problema enfrentado por essas mesmas companhias está relacionado ao ferramental utilizado, que, no geral, não é adequado para produzir as análises. E aí, na visão de Tapadinhas, começa o processo de separação entre TI e negócios.
Ao falar dessa falta de maturidade que ainda vigora em analytics, Tapadinhas comentou que em diversas empresas existe uma plataforma de BI bem estabelecida, com data warehouse e todos os demais pontos, mas que os problemas começam quando os usuários pedem novas formas de explorar a informação e as equipes de BI não estão dispostas à atenderem tal demanda. É aquele velho dilema de que o negócio demanda e a TI não atende na mesma velocidade ou simplesmente não atende. Por isso, começa a crescer o que tem sido um pesadelo para muitos CIOs: a shadow IT.
Como um dos primeiros passos nessa jornada, o usuário exporta informações para o Excel que se torna o analytics da área de negócio. Com o passar do tempo, as fabulosas planilhas também deixam de atender e as equipes buscam no mercado por soluções específicas, criando essa TI invisível. “Para a TI que tem o BI centralizado isso é terrível, mas atende às demandas das áreas de negócio. E, por final, esses departamentos compram ferramentas como Tableau, porque a equipe de BI continua não atendendo a demanda e isso é preciso ser mudado”, complementa Tapadinhas.
Para o Gartner, o CIO precisa orientar suas equipes de BI a trabalharem mais próximo do negócio e a trabalharem por uma transformação da plataforma de analytics, de forma que o usuário ganhe mais autonomia no manuseio da ferramenta. Falta, como ressaltou Tapadinhas, um trabalho integrado para que novos silos não sejam criados nas empresas. A TI precisa partir para um modelo onde a plataforma de BI contemple uma Analytics Workbench, que seria uma espécie de mesa central com todas as funcionalidades disponíveis e de maneira que o usuário tenha a liberdade de criar os cruzamentos necessários.
“É preciso criar um ambiente de colaboração entre TI e negócio, de maneira que o usuário poderá chegar a algo novo, colocando seus pontos, parametrizações. Nesse modelo, o conteúdo precisa ter uma certificação, principalmente se for para uso fora da organização”, concluiu Tapadinhas.

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