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Para além da liderança, ser CIO é colocar mão na massa

Sob sua gestão na área de tecnologia da Liberty Seguros, Ana Lucia D’Amaral, CIO da companhia, lida com cerca de 200 colaboradores diretos. Um trabalho e tanto ter de orquestrar uma numerosa equipe de talentos que também se transforma para sustentar a digitalização da organização. Se a prioridade no atual plano estratégico da TI e da Liberty como um todo é repensar a experiência do usuário, no caso os segurados e corretores de seguros, para Ana, tais resultados só podem ser entregues com um trabalho em equipe bem alinhado. Uma missão que, claro, depende da gestão dos líderes.

“O desafio na era digital é ter um bom projeto e a melhor equipe para implementá-lo. Isso passa pela gestão de talentos. Ter uma equipe bem treinada e bem focada, com conhecimento de negócios também passa pela metodologia ágil”, destaca a executiva em entrevista à CIO Brasil. “Todas as empresas hoje passam por uma transformação ágil e isso requer planejamento, controle, orçamento e os melhores talentos”, complementa.

Ana tinha seus vinte e poucos anos quando estreou sua trajetória profissional no mercado de seguros. Até então, não se distanciou dele. Ao revisar a carreira, pensa que não poderia ter sido mais feliz do que em outra indústria. “Eu tive, de verdade, um presente de cair na área de seguros. Ela não ficou parada no tempo”, avalia. Assim como outras que avançam sua digitalização, o setor de seguros passa por uma intensa transformação. Nele, a tecnologia sai dos bastidores da infraestrutura para assumir a linha de frente da inovação. Para Ana, essa vocação da tecnologia no mercado de seguros se relaciona, em particular, a aqueles que se destina. “Quando a gente fala de seguros, a gente fala de fazer parte da vida dos clientes, daquilo que eles construíram, a tecnologia e a área de produtos tem uma importância muito grande. É sempre um desafio, mas entregamos aquilo que acreditamos”, reflete a executiva que há oito anos assumiu o cargo de CIO da Liberty, tendo entrado na empresa como gerente de tecnologia. 

Com graduação em Tecnologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e MBA em Gestão em Tecnologia, Ana sempre teve a formação em tecnologia no radar quando precisou tomar a decisão de seguir uma carreira. “Pensei em outras possibilidades, mas a tecnologia foi o que mais me encantou por apresentar o desafio do novo, de sempre estar impactando a sociedade”, conta. 

Apesar de estar à frente de um cargo executivo de liderança, Ana diz que não se distancia do que considera suas raízes na profissão: a programação e desenvolvimento. “Tivemos um hackathon aqui e brinquei: vocês não querem me convidar para participar? Eu volto a programar!”, lembra aos risos. “É muito legal que a área de tecnologia, além de permitir construir a estratégia, ela se desdobra quando você é desenvolvedor, ter de transformar uma ideia em um sistema, algo mais material”, exemplifica. 

Cultura de inovação

Para Ana, entregar inovação requer um ecossistema que a sustente. Ela afirma encontrar isso na Liberty Seguros. A companhia realiza com frequência hackathons e promove valores como diversidade, diz ela. “Isso acelera as minhas ideias. Temos uma metodologia que incentiva demais a pensar na inovação. Claro que falamos sobre inteligência artificial, machine learning, robôs, mas a inovação é isso que sustenta o que a gente criou. Usamos metodologia lean, mas temos uma metodologia própria onde cada funcionário é empoderado a propor novas ideias”, conta.

“Faço café da manhã com minha equipe uma vez por mês. Almoço com os meus líderes, realizamos reuniões onde falamos de negócios e os impactos na tecnologia. Tenho uma área de RH próxima que me ajuda em todos os treinamentos e que me dá suporte. O treinamento é constante”, detalha.

Se as áreas de tecnologia são altamente demandas devido a ascensão da transformação digital, os líderes reconhecem que reter talentos não é uma tarefa fácil. Afinal, eles são disputados por empresas que vão desde as nascentes em tecnologia – as startups – às tradicionais organizações.

Para Ana, estar próximo da equipe é um diferencial. E defender seu time vem como uma consequência natural. “Minha equipe é referência em todos os projetos de negócio desde o desenho. Eu sempre tive o privilégio de treinar os funcionários e falar sobre novas ferramentas”, conta exemplificando um grande projeto de migração para nuvem que levou 24 meses para ser concluído. “Treinei minha equipe inteira para fazer a migração”, pontua. “Quem vai fazer um projeto inovador vai ser meu time. Eu acredito nele e isso me motiva”, acrescenta.

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