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Pandemia impulsiona mercado de games e abre oportunidades para desenvolvimento

Com o avanço da tecnologia digital e seus impactos no cotidiano de grande parte da população, algumas atividades que já eram habituais começaram a ter um crescente protagonismo no cotidiano das pessoas. O consumo de games, que já movimentava quantias bilionárias no mercado ano após ano, vem se tornando um dos ramos de entretenimento mais rentáveis em âmbito mundial nos últimos anos.

O período de quarentena vem sendo marcado por uma crise econômica generalizada em vários países, inclusive no Brasil, que tem afetado as mais diversas indústrias. Porém, o mercado de games foi um dos únicos impactados positivamente em meio ao caos provocado pelo Coronavírus. Ainda que o hábito de consumo de games venha seguindo um crescimento constante nos últimos anos, essa curva foi acelerada nesse momento em que as pessoas estão recolhidas em seus lares. Isso aconteceu com a necessidade do isolamento social, uma vez que as pessoas começaram a buscar novas formas de entretenimento para gastar o tempo ocioso em casa, colaborando assim com o sucesso nas vendas de jogos e equipamentos eletrônicos.

Segundo levantamento da Superdata, empresa do grupo Nielsen, os gastos no mundo com jogos digitais em março deste ano ultrapassaram a marca de US$ 10 bilhões. O maior valor mensal de todos os tempos é um reflexo direto dos novos hábitos impostos pela pandemia. Já o relatório mais recente da Navita, empresa de gestão de mobilidade, indica que 46% dos aplicativos fora da rede corporativa são da categoria de jogos. Nesse caso em específico, a pesquisa usou como base os dispositivos móveis corporativos (especialmente smartphones) utilizados por funcionários de empresas. O levantamento analisou mais de 2 mil celulares corporativos de 30 empresas de diversos segmentos.

Analisando esse cenário e seus possíveis reflexos, é notório que dentre as possibilidades mais oportunas do ramo de entretenimento estão os jogos para celulares. Esse segmento já era uma certeza para a indústria de games, por atingir desde um jogador profissional até alguém que joga apenas por diversão. No entanto, com a popularização dos smartphones, os jogos se tornaram muito mais acessíveis. Antes, ter um console portátil era para poucos, atualmente, os games foram democratizados e se tornaram transportáveis, possibilitando dar início a partidas em qualquer lugar.

O isolamento social também impactou de forma favorável o setor mobile, colaborando com recordes de usuários ativos via rede wi-fi. Um estudo da Opensignal, empresa de análise de redes móveis, mostrou que o uso do wi-fi nos celulares no Brasil aumentou 20,4% em março deste ano. Ao permanecer em casa, a tendência do usuário é a de deixar de usar a rede móvel e passar a se conectar com a banda larga fixa por meio do wi-fi (offload). Certamente, outra questão que contribui para o crescimento financeiro do ramo de jogos digitais é a possibilidade de os criadores adicionarem anúncios, propagandas em vídeos, assinaturas e pequenas compras dentro dos aplicativos, gerando um acréscimo no faturamento final.

Apesar deste comportamento de consumo ter sido ampliado com a pandemia, é provável que as vendas não reduzam significativamente com o retorno da rotina normal. O hábito de jogar já era um comportamento presente no dia a dia das pessoas, e a tendência é que o mercado de games continue conquistando novos adeptos e mantenha-se em constante ascensão, reforçando cada vez mais a influência das mídias digitais na vida das pessoas.

*Álvaro Mota é gerente sênior do Sidia, onde é responsável pelo Black River Studios e pelas áreas de Soluções Tecnológicas, UX e Design.

*Diego Prates de Andrade é o produtor executivo do Black River Studios, onde é responsável pela gestão de portfólio e execução dos projetos.

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