Oracle lança programa para acelerar startups brasileiras na nuvem

A Oracle é mais uma gigante da tecnologia que quer entrar dez vez no mundo das startups. A companhia apresentou nesta terça-feira (18/04), em São Paulo (SP), o programa Startup Cloud Accelerator, iniciativa que visa incentivar o empreendedorismo por meio da utilização das plataformas de cloud da empresa, e também agregar ideias inovadoras. As inscrições para concorrer às vagas já estão abertas e vão até 25 de junho.

A aproximação com o ecossistema de startups é parte da estratégia da transformação recente da Oracle, impulsionada pelo avanço das tecnologias em nuvem. “É um momento especial. Aquela imagem que tínhamos no mercado, de empresa tradicional, está sendo mudada”, pontua Luiz Meisler, vice-presidente da Oracle para a América Latina.

É justamente a nuvem – negócio que cresce cerca de 80% a cada ano dentro da empresa – que vai balizar o programa, tanto que o próprio nome sugere esse foco. O “novo mundo”, como classifica Meisler, passa por deixar de lado a empresa tradicional, voltada a produtos, para focar em serviços. “Nesse mundo, a gente deixa de correr para vender licenças, passando a vender solução de negócios, com compromisso total com a entrega. Porque se deixar de entregar, não geramos receita”, pontua.

A inclusão das startups no dia a dia da companhia é parte desse processo. “Queremos levar nosso conhecimento para um público mais amplo. A composição desse novo mundo vem de pessoas jovens e com talento que estão surgindo nesse mercado e que queremos incentivar e estar conectado.”

O programa, na verdade, foi lançado há um ano como piloto na Índia. Com a experiência positiva, que contou com centenas de startups candidatas, a companhia decidiu expandir a nível global, com sete cidades escolhidas, entre elas São Paulo (SP), avaliada pela Oracle como um dos principais polos de empreendedorismo e inovação do mundo. “O Brasil vive um momento especial. Com a crise, as pessoas vão tomar mais riscos e é um momento que pode fazer grande diferença, sendo grande diferencial para startups”, comenta Meisler.

As outras cidades são Bristol (Reino Unido), Deli e Mumbai (Índia), Paris (França), Cingapura e Tel Aviv (Israel).

Como funciona
Reggie Bradford,
VP de Startup Ecosystem & Accelerator, é o líder global do programa, e viajou ao Brasil para este primeiro encontro com a comunidade brasileira de startups. O executivo, que já participou da fundação de três startups em sua carreira – a última delas a Vitrue – comprada pela Oracle em 2012 -, busca utilizar sua experiência “do outro lado” para agregar valor ao novo projeto da empresa.

“Startups no mundo todo são o coração da inovação. Estamos procurando empresas para repensarmos a relação com companhias e com inovação”, destaca Bradford.

O executivo explica que serão apenas 10 startups selecionadas por ano, sendo duas etapas com 5 cada – ambas com seis meses de duração. “É um programa seletivo e queremos uma relação profunda com cada empresa. Não será uma seleção em massa.”

A companhia oferecerá processos como orientação e aconselhamento, colaboração, coworking, acesso aos clientes e parceiros, bem como aos investidores. São Paulo terá um espaço de coworking, que será anunciado em breve. “Cerca de 50 startups já indicaram que querem participar, o que é gratificante”, comemora.

Durante os seis meses do programa, as empresas selecionadas também terão acesso às áreas de pesquisa & desenvolvimento, às plataformas cloud, engajamento com mais de 400 mil clientes Oracle, além de incentivo à participação em eventos (por meio de estratégias de marketing e relações públicas).

“Os próximos anos terão mais inovações do que os últimos 20”, completa Bradford, apostando sobretudo em inovações vinda de tecnologias como inteligência artificial, machine learning, veículos autônomos e internet das coisas.

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