Já há algum tempo eu tenho refletido: será que o WhatsApp vai acabar com os aplicativos móveis? A questão do WhatsApp (e também outras plataformas conversacionais como o Telegram e Messenger do Facebook) absorverem outros aplicativos é um conceito disruptivo.
Pense no trabalho para quem consome um aplicativo: É preciso fazer o download e criar uma conta, aprender a utilizá-lo e encontrar dentro dele o que se precisa. Já do outro lado, para quem o disponibiliza, há um grande investimento na criação de versões para diferentes plataformas – e quando há uma nova versão de software é necessário rever tudo. Um trabalho contínuo que nem todas as empresas têm condições de arcar.
Um levantamento realizado pela Nielsen descobriu que 70% de todo o tráfego é realizado em apenas 200 aplicativos. Frustrante para quem gastou tempo e dinheiro com desenvolvimento e campanhas de marketing para incentivar o uso.
O WhatsApp tem no Brasil 120 milhões de usuários ativos mensalmente, segundo o relatório Global Messaging Apps 2019. Ele entra em cena para quebrar barreiras e paradigmas, encontrando o consumidor onde já está e se sente confortável. Acabam os downloads, o consumo excessivo de bateria e também a eterna briga em liberar memória.
É ir muito além do que já é feito hoje dentro do WhatsApp Business por mais de 5 milhões de empresas em todo o mundo (segundo dados do Facebook), como um perfil profissional que possibilita atendimento ao cliente, realização de pesquisas de satisfação e envio de promoções, por exemplo.
O próprio WhatsApp já se deu conta do seu potencial e está colocando em prática projetos para fazer muito mais dentro da sua plataforma. Um deles é a possibilidade de mostrar produtos por meio de um recurso de catálogos. Em cada item inserido é possível acrescentar preço, descrição e código, por exemplo. Os produtos e serviços são então compartilhados com os clientes, unificando informações que facilitam a compra. E, em paralelo a essas iniciativas, algumas desenvolvedoras, inclusive brasileiras, também propõem utilizações até mais inovadoras que a da ‘oficial’.
Alguns exemplos são a integração de sistemas como CRM, ERP e de Logística, disponibilizando no WhatsApp informações importantes para a tomada de decisão. Isso sem dizer da atuação fora do âmbito comercial, com o treinamento e aplicação de provas a distância.
E o WhatsApp não é o único serviço interessado em englobar cada vez mais funções e diminuam a função dos aplicativos. O Apple Business Chat é testado no Brasil por empresas como a sorveteria Bacio di Latte e a locadora de veículos Localiza Hertz. Na prática, nele é possível resolver dúvidas de clientes e até realizar vendas ao ser integrado ao Apple Pay do cliente.
Interessante, não é mesmo? Mas nada se compara ao que já é prática na China. O WeChat é uma rede social que faz – literalmente – de tudo e transformou a vida de quem mora por lá. Com mais de 1 bilhão de usuários se resolve muitas questões cotidianas rapidamente: pedir comida, reservar passagens aéreas e viagens, chamar um táxi, pagar por produtos e serviços, ver postagens feitas por amigos e conhecer um novo crush.
Já parou para pensar em quantos aplicativos é possível ‘economizar’ e o quanto é possível facilitar a vida do usuário? Bom, cada vez mais começo a acreditar que, com todas as iniciativas brasileiras e internacionais os aplicativos caminham para um ponto que pode levar à sua extinção.
Tudo que hoje está dentro dessas plataformas vai migrar para um modelo similar ao utilizado ao WeChat. Sua empresa poderá ser impactada em um futuro não muito distante. O que você fará para se adaptar a este destino?
*Marcos Abellón é diretor geral da W5 Solutions e criador do hub AnnA que conecta pessoas a sistemas por meio do WhatsApp, Messenger e Telegram
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