Os CIOs passaram a desdenhar da transformação digital enquanto um conceito porque o seu significado passou a ser nebuloso por conta do uso excessivo.
Você pode culpar os CIOs que usam o termo como um eufemismo para modernização, incluindo fazer a migração de sistemas locais (on-premises) para software na nuvem. Ou você pode culpar os fornecedores que abusaram do termo ao anunciar soluções desenvolvidas para satisfazer os todos os requisitos dos líderes de TI. Você pode culpar até culpar as duas partes.
Mas CIOs experientes vão te dizer: a transformação digital não vem em uma caixa – ou em uma nuvem.
“É como a maioria das tendências tecnológicas que são ‘hypadas’ e usadas excessivamente”, à medida que tornou-se mais mainstream, aponta o CEO da Genpact, Tiger Tyagarajan, que aconselha empresas sobre estratégia digital.
Tão popular, na verdade, que 40% de todos os gastos com tecnologia serão realizados com transformações digitais, com as empresas gastando mais de 2 trilhões de dólares em 2019, segundo o IDC.
Mas o que, exatamente, esse dinheiro está financiando? Recriar plataformas em novas tecnologias é algo crítico. A Forrester Research, por exemplo, recomenda uma abordagem disruptiva para a transformação que inclui tudo, desde melhorias incrementais até abordagens mirando a lua. Veja a seguir os principais pontos relacionados à transformação digital.
Transformação digital definida
A transformação digital marca um repensar radical sobre como uma organização utiliza tecnologias, pessoas e processos para alterar fundamentalmente o desempenho dos negócios, afirma o pesquisador principal do MIT, George Westerman, que também é autor da obra Leading Digital: Turning Technology Into Business Transformation.
A transformação digital, que Westerman afirma que deveria liderada pelo CEO, exige uma colaboração entre departamentos em unir filosofias focadas em negócios com a aplicação rápida de modelos de desenvolvimento.
Mudanças extensas deste tipo geralmente são realizadas em busca de novos modelos de negócios e fluxos de rendimentos, impulsionadas por mudanças nas expectativas dos consumidores sobre produtos e serviços.
“As expectativas dos consumidores estão superando com folga o que você pode realmente fazer”, afirma Westerman. “Isso significa um repensar fundamental sobre o que fazemos com a tecnologia nas organizações.”
Drivers da transformação digital
As companhias costumam embarcar em transformações digitais para enfrentar o potencial para disrupção a partir de incumbentes e startups.
Considere a tomada do setor de transporte pelo Uber, obrigando todo mundo, desde companhias de táxi, fabricantes de automóveis e empresas de aluguel de carro, a pensarem em como incorporar serviços similares ao compartilhamento de corridas ou outras soluções sob demanda, incluindo bicicletas e patinetes, em seus modelos de negócios.
A marcha firme da Amazon.com em quase todas as verticais de varejo elevaram as expectativas dos consumidores não apenas em relação à velocidade com que recebem seus produtos, mas também à disponibilidade consistente desses bens. O chamado “efeito Amazon” resultou em varejistas usando algoritmos para complementar a logística e garantir que tudo, desde itens de alimentação até produtos de beleza, cheguem rapidamente aos depósitos – antes que as suas lojas fiquem sem estoque.
“O varejo e o setor de bens de consumo precisam se reinventar continuamente para atender às necessidades em constante mutação dos clientes”, aponta Tyagarajan.
Exemplos de transformação digital
Temerosas de serem superadas por concorrentes mais ágeis, as companhias estão buscando acelerar a inovação, experimentando com novos serviços e funcionalidades digitais para ampliar as ofertas existentes ou entrar em mercados adjacentes.
Redes de restaurantes como TGI Fridays e IHOP, com receito de se tornarem irrelevantes por conta de marques boutique com maior conhecimento neste sentido, estão realizando experiências com assistentes virtuais para facilitar o ato de fazer pedidos mobile.
A rede de mercados Albertsons está trabalhando em tudo, desde ofertas personalizadas de produtos e pagamentos com um toque até robôs e software de Inteligência Artificial que movem produtos em seus depósitos, afirma o VP de TI para serviços e vendas em omnichannel, Ramiya Iyer.
As startups possuem um papel crítico nas estratégias de transformação de muitas organizações. O BMO Harris Bank acelerou o processo de empréstimos com software da startup Blend para se tornar um destino digital preferido dos consumidores, aponta o diretor de gerenciamento de produtos de empréstimo do banco, Thomas Parrish. Anteriormente, os funcionários do banco passavam até uma hora preenchendo pedidos de empréstimos enquanto os clientes esperavam.
“Não tínhamos uma boa experiência de usuário”, aponta Parrish. Com o Blend, os clientes completam os pedidos em minutos. Além disso, os solicitantes podem preenchê-los aos finais de semana, em vez de ficarem presos ao horário de funcionamento da instituição.
Como resultado, o volume de hipotecas e empréstimos residenciais no banco subiu 275% no mesmo período em relação ao mesmo período do ano passado, e mais de 80% desses pedidos agora são feitos por meio do Blend. A tecnologia permite que os funcionários do BMO Harris passem mais tempo atendendo aos clientes, em vez de ficarem preenchendo papelada, destaca Parrish.
Transformar produtos em serviços é outra motivação chave. Gêmeos digitais, por exemplo, são uma nova realidade no setor de manufatura. Empresas que incluem desde a General Electric até a Boeing e a McDermott International estão criando versões em softwares dos seus ativos físicos, idealmente para gerar receitas com aplicativos.
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