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O que é melhor: uma área de inovação ou uma cultura de inovação sem área?

A definição simples diz que inovação é uma ideia, um método ou uma ferramenta criada que foge aos padrões anteriores e que traga benefícios ou que aproxime de um objetivo difícil de ser alcançado anteriormente. Algo que transforme, mude para melhor, que de um novo aspecto.

A inovação vem pautando inúmeras atividades, principalmente em tempos de tecnologia de fácil acesso, quem realmente chega ao ponto de ter uma ideia que seja considerada inovadora ganha vantagem.

Neste sentido, especialistas descrevem o que é inovação, o que é mais importante: uma área de inovação ou uma cultura de inovação sem área, os critérios para investimentos em oportunidades, se o peso de uma grande marca e compliances rígidos atrapalham a geração de novas ideias e projetos e como implementar a inovação nas empresas.

Ao falar de  inovação em uma empresa, o grande objetivo é criar algo que torne a empresa mais competitiva em relação aos concorrentes, indo desde o desenvolvimento de um novo produto, a melhoria de processos internos, logística, redução de custos e aumento de lucros, criar mais com menos, gerar maior eficiência, enfim, criar vantagem competitiva. Só se considera inovação caso os custos no desenvolvimento fiquem abaixo do ganho que a nova ideia ou prática pode gerar.

Segundo Ricardo Bossi, gestor de tecnologia da Rede Flex: “toda oportunidade é bem-vinda, mas é preciso fazer um estudo sério para minimizar o risco desse projeto de inovação que vem a ser criado. Nos deparamos diariamente com várias ideias, de todos os setores da empresa, e vamos elencar o setor comercial aquele que mais sugere pra gente, traz projetos quase prontos de inovação. Trazemos esse projeto para estudos junto com setores específicos de controladoria dentro da empresa e a gente avalia o risco. Acho que a avaliação de risco a curto e médio prazo é o mais importante para se investir num projeto de inovação”.

Em uma companhia que produz tecnologia, inovação é a própria atividade. Existem setores responsáveis por desenvolver, testar a viabilidade, apresentar o novo formato e obter sucesso com o novo produto, respeitando regras e objetivos da própria empresa. Nas grandes organizações, o ‘X da questão’ é como não deixar que regras rígidas a serem seguidas afetem a capacidade de inovação dessas grandes empresas.

“Por isso muitas empresas tomam a iniciativa de criar startups dentro da empresa, porque aí você cria um grupo, uma área ou um setor, que não está debaixo do mesmo conjunto de regras que a empresa segue no dia a dia. Porque quando você fala em prazos, estimativas e orçamento em produtos e projetos que já existem há muito tempo, é muito fácil você prever lucros, faturamento… em projeto de inovação é extremamente complexo e imprevisível, então se seguir as mesmas regras, as mesmas metas de uma empresa que atua há muito tempo, você não consegue inovar. Por isso essa estratégia de criar startups, spin-offs e criar empresas separadas dentro de uma mesma empresa. É uma forma bem válida de tentar inovar”, diz Marco Diniz Garcia Gomes, líder de Produto Tinbot Robótica, do Grupo DB1.

Também pode-se dizer que, uma vez inserido no ambiente tecnológico, a inovação é inerente e bem-vinda desde métodos de trabalho, comportamento, até a colaboração em projetos mesmo que não esteja envolvido diretamente com ele. A empresa valoriza a diversidade de ideias e todos alimentam uma cultura de inovação.

Fernando Nicolodi, gerente comercial da DB1 IT Services, acredita que “quando você estabelece uma área, é algo fechado, é só um pedacinho, não abrange uma organização inteira. Quando você tem uma cultura de inovação, abrange todas as pessoas, em todos os níveis, do CEO à pessoa que faz o café na empresa, têm uma visão de inovação. A gente pensa em inovação tecnológica, mas não é só isso… A inovação é tecnológica, mas impacta em todas as outras áreas. Logo, Cultura de inovação e não área de inovação”.

Apesar do aspecto disruptivo do termo inovação, não se trata apenas de renovar. É necessário se envolver em um verdadeiro processo que começa na educação dos envolvidos e fazê-los entender que é viável pensar diferente, mesmo que possa parecer ameaçador. A possibilidade de sucesso aumenta quando o assunto é analisado com profundidade.

“A gente tem que educar as pessoas, não no sentido de impor uma cultura, mas no sentido de abrir uma discussão, no sentido de dar ferramentas pra que as pessoas façam. É muito fácil, eu como empresa, publicar um missão-visão-valores mais inovador, e falar para as pessoas pensarem fora da caixinha e não dar ferramenta pra elas, não dar estudo, não dar capacitação. Então, acho que pra gente começar a olhar pra uma cultura de inovação mais eficiente, inclusiva, diversa, a gente tem que habilitar as pessoas, começar a conversar, criar um ambiente de teste, de erro… então, acho que o primeiro passo é a educação”, diz Camila Achutti, CEO da Mastertech.

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