O que as empresas podem aprender com a evolução digital do Grupo Folha?

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10:15 am - 27 de novembro de 2014
Considerando que a internet comercial completou recentemente 20 anos, é natural que a maioria dos negócios nasceu na era off-line e teve de se adaptar para o on-line. Foi o que aconteceu com o Grupo Folha. Criado em 1921, a organização, dona de cinco periódicos entre eles a Folha de S. Paulo, teve de se reinventar para acompanhar a demanda atual dos consumidores que buscam consumir informações em qualquer lugar e a partir de qualquer dispositivo.

Assim como grande parte das empresas, o primeiro passo na estratégia digital da companhia, lembra Paulo Schiavon, diretor de Publicidade e Negócios Digitais do Grupo Folha, foi o lançamento do site, em 1998. A virada nos números de audiência mostra a força do digital de lá para cá. Hoje, o jornal soma 33 milhões de leitores no on-line e 2 milhões no off-line. 

A migração para o universo digital foi motivada por uma questão de sobrevivência, mas ditada pelo consumidor que pedia uma alteração no modelo de negócios pautado pelo conceito de multiplataforma. “O consumidor se transforma de forma acelerada, mas as organizações estão mais lentas nessa migração”, observa o executivo durante o IT Forum Expo/Black Hat, que aconteceu nos dias 25 e 26 em São Paulo. Com a expectativa de que 2015 vai ser marcado pelo domínio do acesso móvel, é preciso acelerar os passos para o digital. “A renovação acontece por sobrevivência, mas a tecnologia muda muito rápido”, completa.

Para Schiavon, o digital é um caminho sem volta. A globalização já aconteceu. O mercado é bombardeado por inovações que muito rapidamente são adotadas por empresas preparadas para essa mudança. “Hoje, o meio digital é a principal plataforma do ponto de vista de consumo”, acredita. Na sua visão, as organizações não devem se preocupar com o futuro. “O digital é tão intenso hoje que se preocupar com o presente é fundamental”, aponta.

Mas por que a atenção crescente com a evolução para o negócio digital? Segundo Schiavon, o consumidor é centauro e muda constantemente seus desejos em diferentes plataformas. Fazendo uma comparação com o consumo da informação, hoje ele quer ler um livro, mas amanhã um e-book. Ele completa dizendo, contudo, que é importante ter em mente que o digital também não é o único caminho para conquistar e fidelizar os clientes. Ele pode começar no off e desdobrar para o on.

A trajetória da Folha de S. Paulo, que adaptou-se para o digital, mostra que negócios de qualquer setor podem apostar no modelo e serem bem-sucedidos, diz o diretor. “A empresa que tenta ser inovadora não deve defender o passado”, sentencia.

Para organizações que estão ingressando agora na era digital ou querem reforçar a estratégia, o executivo aconselha a construir uma audiência por meio de um conteúdo relevante, estabelecendo, de fato, um relacionamento. “Contexto e qualidade conseguem fidelizar na plataforma digital”, finaliza.

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