Annette Zimmermann, diretora de pesquisa da Gartner, aponta que o futuro do mercado de smartphones será pautado por uma forte competição entre fabricantes já consolidados, como Apple, e novos entrantes, como Wiko. Os próximos meses também mostrarão o crescimento de wearables. Veja abaixo os itens de destaque sobre esse setor.
Smartphones estão ficando mais rápidos e inteligentes. Mas, o que vem a seguir?
De acordo com Annette, o mercado de smartphones já está maduro e é cada vez mais difícil para os vendedores diferenciar seus produtos high-end. No ano passado, os fornecedores de smartphones concentraram seus esforços em capacidades de imagem e telas maiores.
Para melhorar a experiência do usuário, eles apostaram na melhoria de hardware e software, estabilização óptica, sofisticadas ferramentas de edição de vídeo e câmera de resolução frontal superior.
“O interesse do consumidor em gravar vídeos ou ‘selfies’ vai continuar em 2015 e esperamos que os vendedores continuem a investir em câmera e qualidade de vídeo”, afirma.
Empresas com preços competitivos, como a fornecedora chinesa Whitebox, vão continuar a lucrar com a crescente demanda de smartphones em mercados emergentes. “Estimamos que a base instalada de smartphones foi de 50% na América Latina e 30% na África em 2014, o que mostra uma oportunidade considerável para os usuários que querem comprar seu primeiro smartphone”, diz.
Pequenos fornecedores, como a Wiko, estão entrando no mercado de telefonia móvel. Essas companhias deverão mudar o setor.
O fenômeno da Wiko é interessante, sintetiza Annette. Há dois anos, o fabricante era completamente desconhecido, mas já está mudando o cenário europeu. Agora, de acordo com a diretora, a companhia está entre os cinco maiores fornecedores de smartphones na França e lançou recentemente produtos na Alemanha. “Os fatores de sucesso da Wiko incluem boa gestão de canais e produto com preço acessível”, conta.
Annette explica que consumidores que apenas desejam um dispositivo Android buscam um smartphone com preço mais acessível.
Outra opção interessante no mercado de telefonia móvel é a Kodak, que lançou em parceria com o Bullit Grup seu primeiro smartphone Android. O produto é comercializado em torno de recursos de imagens, fácil compartilhamento de fotos e impressão com uma interface de usuário personalizada.
O que esperar dos wearables?
O instituto de pesquisas acredita em um grande crescimento dos wearables neste ano será baseado em smartwatches, pulseiras fitness e outros trackers atingindo a marca de quase 70 milhões de unidades, aumento de 38% em comparação com 2014. “No entanto, não vemos esses dispositivos substituindo os smartphones nos próximos cinco anos, em vez disso, serão dispositivos complementares ao portfólio atual de dispositivos”, aponta.
Enquanto o mercado de wearables tem baixa penetração, apresenta oportunidade de crescimento de dois dígitos no longo prazo. O Gartner prevê que as vendas de wearables atinja 514 milhões de unidades em 2020.
Samsung, Google, Apple e Microsoft estão prontos para construir plataformas destinadas a atrair parceiros no setor desaúde e fitness. “A iniciativa irá desencadear novos modelos de negócios, mas também vai acelerar a discussão sobre a melhor forma de proteger os dados que são coletados pelos aparelhos”, lembra a diretora.