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Novo estudo mostra consequências catastróficas do impacto do homem no planeta

Cientistas do mundo inteiro divulgaram o relatório mais completo já produzido sobre o impacto do desenvolvimento humano nos ecossistemas e da biodiversidade no planeta. Os resultados são extremamente alarmantes e indicam que um milhão das oito milhões de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção em escala mundial.

A pesquisa foi publicada na segunda-feira (06/05) pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES), da Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo foi conduzido por 145 cientistas de 50 países que trabalharam ao longo dos últimos três anos na revisão de mais de 15 mil pesquisas científicas e dados governamentais.

“A natureza está diminuindo globalmente, a taxas sem precedentes na história da humanidade”, evidencia a análise. As descobertas indicam que a biodiversidade dos principais habitats terrestre caiu 20% no último século. Mais de um terço da superfície terrestre do mundo e 75% de todos os recursos de água doce são dedicados à produção agrícola ou pecuária, enquanto 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis ​​e não renováveis ​​são extraídos globalmente a cada ano.

O relatório aponta que a degradação dos ecossistemas terrestres reduziu em 23% a produtividade das lavouras e o prejuízo anual devido à perda de polinizadores, como abelhas, pode chegar a US$ 577 bilhões. Além disso, 300 milhões de pessoas no mundo estão em risco de serem atingidas por inundações e furacões devido à destruição de habitats costeiros.

“Estamos erodindo os próprias alicerces de nossas economias, meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida no mundo todo”, disse Robert Watson, dirigente do IPBES em comunicado. Ele observa que a maioria das frentes analisadas pela Avaliação Global do IPBES apresenta um quadro sinistro. “A saúde dos ecossistemas dos quais nós dependemos está se deteriorando mais depressa do que nunca”.

Essa devastação é resultado da atividade humana e dos impactos do desenvolvimento econômico na natureza e representa uma ameaça direta ao bem-estar da humanidade. De acordo com o relatório, os cinco fatores citados como principais responsáveis pelas transformações na natureza são: mudanças na forma de uso da terra e do mar, exploração da vida animal para a indústria humana, mudanças climáticas, poluição e competição entre uma espécie com outra espécie invasora.

Esses danos na biodiversidade vão muito além da ameaça de extinção em massa de várias espécies e estão relacionados também com a capacidade das nações de diminuir os problemas como pobreza, fome, acesso a água potável, desenvolvimento urbano, mitigação das mudanças climáticas e uso sustentável da terra, mostra o relatório.

Apesar disso, o estudo destaca que não é tarde para tomar atitudes locais e globais capazes de reverter a destruição ambiental. “As tendências negativas na natureza continuarão até 2050 e em todos os cenários de política explorados no relatório, exceto aqueles que incluem mudanças transformadoras”.

Para tanto, os pesquisadores apresentaram no levantamento ações de sustentabilidade para diversas áreas, como agricultura, que pode adotar práticas agroecológicas e promover o engajamento de produtores, consumidores e governos na preservação ambiental. Para ambientes marinhos, a sugestão é criar áreas marinhas protegidas, gestão da pesca e redução da poluição.

“Por meio da ‘mudança transformadora’, a natureza ainda pode ser conservada, restaurada e usada de forma sustentável – isso também é fundamental para atender à maioria das outras metas globais. Um mudança transformadora quer dizer uma reorganização fundamental em todo o sistema, promovida por meio de fatores tecnológicos, econômicos e sociais, incluindo paradigmas, metas e valores”, conclui Watson.

 

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