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Novo Cadastro Positivo torna telecomunicações agente de inclusão financeira

As telecomunicações devem ser um dos agentes de inclusão financeira no Brasil, porque seu potencial para a democratização do acesso ao crédito é imenso. Ao fazer essa avaliação, Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), menciona que, no primeiro trimestre deste ano, o Brasil chegou a 143 milhões de assinantes únicos de telefonia móvel – número superior ao da população economicamente ativa -, de acordo com a GSMA Intelligence.

Outro indicador do potencial de uso do celular como ferramenta de inclusão financeira vem do Banco Mundial. Segundo estudos realizados pelo Banco, no Brasil, 85% das pessoas não bancarizadas têm acesso à telefonia móvel, o que significa que o celular pode e deve atuar como facilitador das políticas de inclusão financeira.

A proposta do novo Cadastro Positivo com inclusão automática dos consumidores, que tramita no Congresso Nacional, reflete essa possibilidade. Ao considerar, na formação da nota de crédito, as informações de pagamento relacionadas à telefonia, o novo Cadastro Positivo pode inserir no mercado de crédito os brasileiros que pagam suas contas em dia, mas que hoje, por causa das informações insuficientes a seu respeito, não têm acesso a empréstimos e financiamentos.

“Com o novo Cadastro Positivo, estudos do setor indicam que as informações de pagamento relacionadas à telefonia vão contribuir para melhorar a pontuação de crédito de 60% dos consumidores pertencentes às classes C, D e E”, observa Sfeir.

Ele acrescenta que essas pessoas têm menos oportunidades de transformar suas vidas – por exemplo, com a compra de seu próprio imóvel -, principalmente porque não têm como comprovar que são boas pagadoras e, com isso, não conseguem acesso a um financiamento imobiliário. Mais do que inserir esses consumidores no mercado, o Cadastro Positivo vai permitir taxas de juros mais justas, uma vez que o credor terá a possibilidade de fazer uma avaliação mais precisa de sua capacidade de pagamento.

Como consequência dessa expansão do mercado de crédito, a tendência, a médio prazo, é ocorrer um aumento de 0,54% no PIB anual e injeção de R$ 1,1 trilhão no mercado. O novo modelo de Cadastro Positivo pode representar ainda um aumento de R$ 790 bilhões (12% do PIB) na geração de negócios, de acordo com estudo realizado pela ANBC. “No momento em que o Brasil enfrenta níveis elevados de inadimplência e desemprego, os ganhos possíveis com o Cadastro Positivo não podem ser desprezados”, finaliza Sfeir.

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