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TikTok aposta no e-commerce brasileiro para ampliar receita

O TikTok Shop começou a operar nesta quinta-feira (8) no Brasil, maior mercado de comércio eletrônico da América Latina. A estreia marca uma nova fase da rede social de vídeos curtos, que agora tenta converter sua audiência em receita direta por meio da integração entre conteúdo e consumo, uma estratégia que já mostrou fôlego em países da Ásia e nos Estados Unidos.

A funcionalidade chega com quatro formatos principais: vídeos orgânicos com produtos clicáveis, transmissões ao vivo com compras em tempo real, vitrines com coleções de produtos e, nos próximos meses, uma aba exclusiva de lojas.

O Brasil é o primeiro país da América do Sul a receber a operação, que mira especialmente o público jovem e usuários engajados. Entre os primeiros produtos oferecidos estão itens de moda, beleza e utilidades populares nas redes, como as garrafas térmicas da marca Stanley.

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A ByteDance, controladora chinesa do TikTok, faturou US$ 155 bilhões em 2024, segundo informações publicadas pela revista Exame. O TikTok Shop respondeu sozinho por US$ 32,6 bilhões em volume bruto de mercadorias (GMV), sendo os EUA o principal mercado. Para o Brasil, a expectativa é movimentar até R$ 39 bilhões em GMV até 2028, de acordo com projeções do banco Santander e do portal Digital Inside.

Caso a estimativa se confirme, a loja virtual do TikTok pode entrar no grupo dos cinco maiores e-commerces do país — ao lado de Magazine Luiza, Mercado Livre, Amazon e Shopee.

Experiência integrada

O diferencial do TikTok Shop é a integração direta entre o conteúdo consumido na plataforma e a experiência de compra. O consumidor pode adquirir um produto ao mesmo tempo em que o vê em uso por um influenciador, sem sair do aplicativo. A proposta estimula uma lógica de consumo mais fluida e impulsiva.

Na prática, trata-se de um passo adiante em relação ao que redes como Instagram e YouTube já oferecem, com mais recursos voltados à conversão de vendas. A estrutura de remuneração também busca atrair criadores e vendedores: as comissões cobradas são menores do que em plataformas concorrentes, e a central de afiliados permite parcerias abertas ou direcionadas com influenciadores.

Concorrência asiática em alta

A chegada do TikTok Shop reforça a presença das plataformas asiáticas no varejo brasileiro. Shopee, Shein e Temu já disputam mercado com estratégias agressivas, como preços baixos, ampliação do marketplace local e investimentos pesados em marketing digital.

A Shopee, por exemplo, atingiu R$ 20 bilhões em GMV no Brasil em 2023, segundo o BTG Pactual, e já migra do modelo C2C (cliente para cliente) para o B2C (vendas diretas). A Shein, pressionada por regulações como o programa Remessa Conforme, tem intensificado sua “tropicalização”, com 60% das vendas já realizadas por vendedores nacionais.

A Temu, operando no Brasil desde 2024, também segue essa trilha. Embora seja uma novata, tem investido alto em publicidade para acelerar sua inserção.

O BTG estima que o comércio eletrônico brasileiro crescerá, em média, 16% ao ano até 2027, sem considerar o impacto de plataformas como TikTok Shop, que podem acelerar ainda mais a transformação do setor.

*Com informações da Exame

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