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Tecnologia como protagonista em discussões de comitês empresariais

Entre os líderes de TI brasileiros, 77% têm a perspectiva de manter ou crescer o orçamento de tecnologia, de acordo com a pesquisa Antes da TI, a Estratégia, realizada pelo IT Forum. Além disso, a média de orçamento de TI dos respondentes é de 6,5% em relação à receita total das empresas.

Os números foram o start do painel Em busca de resultados. A TI como parte do P&L”, no IT Forum Trancoso, que contou com a presença de Cláudio Antônio Fontes, CIO da Solar BR Coca-Cola; e Anaterra Oliveira, CIO da Dasa; além da mediação de Bruna Bomfim, gerente de Inteligência & Estudos do IT Forum.

Entretanto, alguns dos desafios já tão discutidos continuam presentes – como a dificuldade de se aproximar do board. Inclusive, apenas 41% dizem ter assento permanente nas reuniões de conselho/comitê da empresa em que trabalham.

Para Anaterra, essa presença depende diretamente do contexto da indústria em que o profissional está inserido. “A empresa de tecnologia, que já nasceu na tecnologia, TI é uma das áreas com mais espaço no conselho. É a área que traz a estratégia da empresa.”

Essa não é a realidade atual da executiva. Isso porque a Dasa é uma empresa de saúde, uma das verticais que menos investiu em tecnologia nos últimos anos e uma das mais complexas, com um ecossistema gigante e pouco regulado. Segundo ela, é uma indústria que está começando a olhar para tecnologia de uma forma diferente agora, começando a trazer tecnologia para a discussão.

Leia mais: Desenvolvimento tecnológico e progresso social precisam de equilíbrio

Fontes continua a conversa dizendo que o termo “área de negócios” acaba distanciando os profissionais de tecnologia dos outros silos. “[Na Solar BR Coca-Cola] é proibido de falar área de negócios, todo mundo é área funcional. Eu sei que são sinônimos, mas muda a forma com que a gente é encarado para a contribuição.”

Por outro lado, a CIO da Dasa diz que há erros do lado do profissional na hora de medir os resultados. Além de “vender” o projeto para o conselho, é necessário garantir o acompanhamento, ter dados, ver resultados e pivotar projetos, quando preciso.

Além disso, há o desafio da comunicação. Ela diz que em todas as indústrias existe o gap de conhecimento de outros executivos sobre tecnologia (salvo aquelas que já nascem como empresas de tecnologia). “Se a gente não tiver a habilidade e o querer genuíno de fazer o negócio direito, não funciona. A gente explica, mostra, tem paciência, e o inverso também. Só o fato de você explicar já aproxima, tira a desconfiança. Mas, dentro de TI, nós ainda não temos tantas pessoas que gostem de trabalhar essa comunicação com as outras áreas.”

Mas, no fim, há alternativas que podem ajudar. “Nós tivemos uma decisão com excelentes resultados: o comitê de TI. É quase que uma reunião de conselho, todas as áreas são representadas e nós discutimos como, do ponto de vista de negócios, ele está sendo suportado e como a TI está trabalhando com todas essas áreas, se está tudo bem, se há necessidade de mais ou menos recursos. Isso hoje vale mais do que uma reunião de conselho, porque lá, às vezes, você tem 5 minutos e só pode ser superficial”, finaliza Fontes.

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