Sylvia Bellio e Regina Acher falam sobre diversidade. Fotos: Divulgação
Em meio a polêmicas sobre mulheres em cargos de liderança, outro assunto pede urgência: a diversidade, ao invés de ser algo cultural, está sendo vista como custos e esquecida por diferentes empresas, que estão fechando seus departamentos de diversidade, o que prejudicará não só as mulheres, mas outros grupos minoritários.
“É algo que está acontecendo lá fora e é claro que chegará aqui. Quando falamos das grandes multinacionais, muitas de tecnologia, o que acontece fora do País reflete no nosso mercado, seja para coisa boa ou coisa ruim”, reflete Sylvia Bellio, CEO e cofundadora da Itltech.
Segundo ela, diversidade é marketing, é sobre falar que está sendo feito. Entretanto, se está dando custo, a área de diversidade é cortada das companhias. Isso deve ser mudado para uma visão cultural, pois quando se fala de inclusão, se fala de aprendizado.
“Diversidade não é um “custo”, mas sim uma vantagem competitiva para as empresas e um motor para a inovação. No Brasil, temos a oportunidade de aprender com esses desafios e avançar. A inclusão de mulheres em tecnologia é fundamental para termos uma sociedade mais diversa, inclusiva e competitiva. É urgente que empresas, governos e a sociedade civil unam forças para garantir que o investimento em diversidade não seja apenas uma meta de curto prazo, mas um compromisso de longo prazo”, concorda Regina Acher, cofundadora da Laboratória no Brasil.
Ainda assim, diz Sylvia, é possível atuar independente de departamentos oficiais. “Ter a estrutura ajuda? Ajuda. Mas, se por acaso essa linha de acabar com esses departamentos acontecer, nada impede de que pautas importantes sejam trabalhadas na empresa. É uma responsabilidade nossa levar para dentro da cultura da empresa que trabalhamos as pautas.”
Ou seja, como levar mais mulheres para a tecnologia, como capacitá-las, como levar o assunto para as lideranças. “Até sete anos atrás, eu era totalmente fora da ‘minha caixinha, vivia em um mundo totalmente masculino e, para mim, estava tudo bem. Quando eu percebi que estava me sentindo sozinha e comecei a achar apoio em redes, começou o movimento do TI com Salto”, diz Sylvia.
São projetos de apoio, como a Laboratória, que permitem que mulheres ingressem e evoluam em suas carreiras – ainda que o mercado de trabalho nem sempre seja tão acolhedor. “Em uma década de existência, impactamos diretamente a vida de mais de 4 mil mulheres em toda a América Latina, impulsionando-as a ingressar e prosperar em carreiras de tecnologia. Essas mulheres estão transformando o setor com sua capacidade técnica e visão inclusiva”, revela Regina.
A executiva divide uma das tantas histórias. A graduada Ana Paula Oliveira, de 31 anos, sonhava em trabalhar com tecnologia e conheceu a Laboratória por meio de um post nas redes sociais. “Durante o bootcamp, eu fui estimulada a desenvolver uma mentalidade de aprendizagem contínua e foi o que eu fiz. Aliás, deu certo e foi uma virada de chave para mim. Hoje sou desenvolvedora front-End. Conquistei o meu sonho e deixo aqui um conselho para outras mulheres: o sonho nunca é tão grande que não possa ser realizado”.
Ações como essa são importantes, pois, segundo Sylvia, quando uma mulher está ingressando nesse universo, ainda tem a questão da solidão. Mas ela é positiva ao falar para aquelas que sonham em trabalhar com tecnologia. “Venha para o mercado, estude bastante, busque apoio, você não está mais sozinha, tem muitas mulheres incríveis que conseguiram.”
Regina concorda e dá um conselho: não deixe que o medo te paralise. “O mundo da tecnologia precisa da sua perspectiva única, das suas ideias e da sua força. O primeiro passo é o mais difícil, mas depois você verá o quanto é capaz de aprender, criar e liderar. E lembre-se, você não está sozinha — há uma comunidade enorme de mulheres prontas para te apoiar nessa jornada!”
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