Imagem: Divulgação
A incorporação de inteligência artificial generativa está auxiliando na criação automática de desenhos a partir de modelos 3D, aumentando a produtividade e economizando tempo. A visão destacada por Manish Kumar, CEO do SolidWorks, demonstra como a IA tem o potencial de revolucionar ferramentas de desenho assistido por computador (CAD, do inglês computer-aided design) e modelagem 3D para engenharia de produtos. Com esse pano de fundo, a companhia lançou Aura, um copiloto virtual impulsionado por IA, apresentado pela Dassault Systèmes no 3DExperience World 2025.
No palco do evento anual da Dassault Systèmes, realizado nesta semana em Houston (Estados Unidos), o executivo apresentou Aura, a inteligência artificial generativa incorporada ao software. Trata-se, conforme expôs Kumar, de uma montagem mecânica generativa (generative mechanical assembly), por meio da qual o usuário escreve comandos para que a IA os execute. Esse novo desenvolvimento, que incorpora tecnologias de IA generativa no centro do gerenciamento do ciclo de vida da propriedade intelectual (IPLM), representa um marco significativo na história de 30 anos do SolidWorks.
No evento, Manish compartilhou como experiências generativas e companheiros virtuais podem remodelar o processo de design para fabricação e manufatura. “Imagine que você precisa de um modelo 3D de uma peça existente, uma alça, por exemplo. Você tira uma foto, e a funcionalidade de peça 3D generativa da Aura entra em ação”, explicou o CEO. A Aura analisa a imagem e a transforma em um gêmeo virtual preciso.
Leia mais: IA generativa é ponto de inflexão para setor industrial
Esse modelo está pronto para simulação científica no mundo virtual. Testes virtuais baseados em IA simulam tensões e condições do mundo real, garantindo que cada componente tenha o desempenho esperado. Aura foi treinada utilizando guias de treinamento, melhores práticas e documentação de ajuda do SolidWorks.
Manish ressaltou que a Aura vai mudar a forma de se trabalhar. Em coletiva de imprensa, o CEO fez questão de enfatizar que a inteligência artificial generativa é privada, ou seja, não compartilha dados das empresas com o público em geral. Isso significa que o modelo de aprendizagem ocorre com base no que foi inserido pelo cliente no sistema, sem sair do ambiente fechado.
A expectativa é que a IA generativa esteja disponível em meados deste ano. O chatbot conversacional auxilia os usuários, aprendendo com eles, ensinando-os e realizando tarefas. Kumar destacou que as respostas de IA da Aura serão exclusivas para cada usuário, protegendo ainda mais seus dados. Ele enfatizou que a Aura “é mais do que apenas uma ferramenta; é um virtual companion projetado para trabalhar junto com o usuário, aumentando a produtividade e fortalecendo seu processo de design”.
Criado por Jon Hirschtick com o objetivo de democratizar o acesso a ferramentas de desenho assistido por computador (CAD) para pequenas e médias empresas, o SolidWorks comemora, em 2025, seus 30 anos. O lançamento do software, adquirido em 1997 pela Dassault Systèmes, marcou a história do design 3D, permitindo que engenheiros e designers criassem e interagissem com modelos tridimensionais.
Ao longo de três décadas, o software evoluiu, incorporando novas tecnologias e funcionalidades, como a árvore de construção (FeatureManager), posicionamentos inteligentes (SmartMates) e o eDrawings, ferramenta que possibilitou o compartilhamento de arquivos de CAD.
Nos anos 2010, o SolidWorks entrou em uma nova fase, à medida que a transformação digital e a Indústria 4.0 avançavam, integrando, por exemplo, ferramentas de gerenciamento de dados de produto (PDM). Em 2019, a Dassault Systèmes incorporou o SolidWorks à sua plataforma 3DExperience, uma solução de colaboração baseada em nuvem que permite que equipes de design, engenharia e fabricação trabalhem em tempo real em um ambiente colaborativo. Assim, uma nova era teve início, com foco na gestão do ciclo de vida dos produtos (PLM) e na oferta de ferramentas de simulação, design e manufatura em um único ambiente.
A inteligência artificial surge agora como um novo marco. Como ressaltou Gian Paolo Bassi, vice-presidente sênior da Dassault Systèmes, trata-se de um ponto de inflexão para o setor industrial.
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