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Senado dos EUA discute explosão de exploração infantil on-line com big techs

Nesta quarta-feira, uma audiência crucial no Senado colocará CEOs de gigantes da tecnologia, incluindo Meta, X, TikTok, Snapchat e Discord, frente a frente com parlamentares em uma discussão urgente sobre a crescente crise de exploração infantil on-line. O debate visa entender os esforços dessas empresas em combater o aumento preocupante de relatos de abuso sexual infantil.

Nos últimos anos, tem sido observado um aumento alarmante nos relatos de material de abuso sexual infantil (CSAM) on-line, apontando para uma escalada preocupante do problema. De acordo com dados de uma organização sem fins lucrativos encarregada pelo governo dos EUA de rastrear esse tipo de material, os relatos atingiram um recorde de mais de 36 milhões em 2023, representando um aumento significativo em relação a 2022, que registrou 32 milhões.

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Em reportagem do Washington Post, John Shehan, Líder da Divisão do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC), revela que “as tendências não estão desacelerando”.

Como resultado, empresas de tecnologia importantes, incluindo Meta, X, TikTok, Snap e Discord, foram convocadas para testemunhar em uma audiência do Senado sobre seus esforços para combater essa exploração. Os senadores buscam apoio para leis que ampliem a proteção on-line a crianças, permitindo ação legal contra plataformas que facilitam abusos.

No entanto, a natureza difusa da internet e questões legais em torno da liberdade de expressão complicam os esforços para regulamentar e reprimir o conteúdo ilegal. Os impactos humanos são devastadores, com vítimas sofrendo sequestro, exploração sexual e suicídio, conforme relatou Carrie Goldberg, advogada especializada em crimes sexuais, ao jornal.

Os esquemas de sextorsão’, muitas vezes direcionados a adolescentes, têm sido associados a pelo menos uma dúzia de suicídios, conforme revelou o NCMEC no ano passado. Além disso, relatos de aliciamento on-line, incluindo sextorsão, dispararam de 80.000 em 2022 para 186.000 em 2023, segundo Shehan. Esse aumento é especialmente preocupante devido ao crescimento da atividade de predadores em países da África Ocidental, como Costa do Marfim e Nigéria.

Enquanto isso, empresas de tecnologia enfrentam crescente pressão para combater a disseminação de material de abuso sexual infantil on-line, seja através de monitoramento proativo ou alteração no design de produtos propícios a esse tipo de conteúdo.

A Meta lidera em relatos de material de abuso sexual infantil on-line, com mais de 21 milhões em 2022, somente do Facebook, enquanto o Google conta com 2,2 milhões, Snapchat com 550.000, TikTok com 290.000 e Discord com 170.000. Surpreendentemente, a Apple, com mais de 2 bilhões de dispositivos em uso global, relatou apenas 234 incidentes de CSAM.

Nem o Google nem a Apple foram convocados para testemunhar na audiência desta semana.

A audiência no Senado dos EUA, marcada para esta semana, testará a capacidade dos legisladores de transformar o consenso bipartidário sobre o problema em legislação eficaz, com propostas que enfrentam resistência de lobistas tecnológicos e grupos de direitos digitais.

*Com informações do Washington Post

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