Notícias

PL que visa regular Inteligência Artificial é aprovado em comissão do Senado

Na manhã desta quinta-feira, dia 5, a comissão temporária criada para discutir a regulamentação da inteligência artificial aprovou o relatório do senador Eduardo Gomes (PL-TO). O texto, que define regras para o desenvolvimento e uso de sistemas de IA, segue agora para votação no plenário do Senado.

O relatório final, resultado de diversas negociações, recebeu apoio de senadores tanto da base governista quanto da oposição e foi aprovado por votação simbólica. A exclusão de algoritmos de redes sociais da lista de sistemas de alto risco foi uma das principais alterações na versão final.

O documento é baseado no Projeto de Lei 2.338/2023, do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e incorpora dispositivos de sete outras propostas, incluindo o PL 21/2020, já aprovado pela Câmara, além de emendas de diversos parlamentares. Ao todo, a matéria recebeu 198 emendas, das quais 84 foram acolhidas total ou parcialmente.

Leia também: AWS aposta na nuvem como base para a evolução da IA generativa

Classificação por níveis de risco

O projeto divide os sistemas de IA em categorias de risco excessivo e de alto risco, estabelecendo regulamentações proporcionais ao impacto potencial de cada sistema nos direitos fundamentais e na vida humana. A introdução de um mecanismo de avaliação preliminar facultativa, proposta pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), também foi aprovada.

A avaliação preliminar será obrigatória apenas para sistemas generativos e de propósito geral. Para os demais casos, o procedimento será opcional, mas tratado como uma boa prática, podendo gerar benefícios, como priorização em processos de conformidade.

Direitos autorais e proteção de dados

Entre os pontos debatidos está o uso de obras protegidas por direitos autorais em atividades de mineração de dados. Segundo o texto, essas obras poderão ser utilizadas por instituições de pesquisa, museus, bibliotecas e organizações educacionais, desde que sem fins comerciais e respeitando os direitos dos autores.

Os cidadãos terão garantias como o direito à revisão humana e à explicação em decisões automatizadas com impacto jurídico relevante. O texto também inclui diretrizes contra discriminação em sistemas de identificação biométrica e prevê programas de capacitação profissional contínua para trabalhadores.

Próximos passos

Se aprovado no Senado, o texto será enviado à Câmara dos Deputados para nova análise. O senador Eduardo Gomes destacou que o debate não se encerra com a aprovação do projeto e que ajustes serão necessários à medida que a tecnologia evoluir.

“A regulamentação da inteligência artificial precisa equilibrar direitos individuais e o avanço tecnológico, sem comprometer o desenvolvimento humano”, afirmou Gomes.

*Com informações da Agência Senado

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

Recent Posts

Pure Storage aposta em mudança de paradigma para gestão de dados corporativos

A Pure Storage está redefinindo sua estratégia de mercado com uma abordagem que abandona o…

1 semana ago

A inteligência artificial é mesmo uma catalisadora de novos unicórnios?

A inteligência artificial (IA) consolidou-se como a principal catalisadora de novos unicórnios no cenário global…

2 semanas ago

Finlândia ativa a maior bateria de areia do mundo

À primeira vista, não parece grande coisa. Mas foi na pequena cidade de Pornainen, na…

2 semanas ago

Reforma tributária deve elevar custos com mão de obra no setor de tecnologia

O processo de transição previsto na reforma tributária terá ao menos um impacto negativo sobre…

2 semanas ago

Relação entre OpenAI e Microsoft entra em clima de tensão, aponta WSJ

O que antes parecia uma aliança estratégica sólida começa a mostrar rachaduras. Segundo reportagem do…

2 semanas ago

OpenAI fecha contrato de US$ 200 milhões com Departamento de Defesa dos EUA

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos firmou um contrato de US$ 200 milhões com…

2 semanas ago