Um terço das organizações no Brasil usa tecnologia em metas de sustentabilidade

Estudo da Kyndryl e da Microsoft constatou que 12% das companhias colocam sustentabilidade nas estratégias de dados

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11:20 am - 13 de maio de 2024
Imagem: Shutterstock

Um estudo divulgado recentemente pela Kyndryl, feito em parceria com a Microsoft, concluiu que são poucas as empresas brasileiras que usam ferramentas tecnológicas para alcançar metas de sustentabilidade. E, pelo lado oposto, também são poucas as que incluem a preocupação com o meio-ambiente nas estratégias de dados.

O estudo se chama The Global Sustainability Barometer, e foi realizado pela Ecosystm. Foram ouvidos 1.523 líderes de negócios de tecnologia e sustentabilidade em 16 países na Ásia, EMEA e Américas, incluindo o Brasil, entre setembro e outubro de 2023. E descobriu que apesar de 90% das organizações brasileiras colocarem metas de sustentabilidade em alto nível estratégico de importância, apenas 12% a integraram em estratégias e dados.

No Brasil, a demanda dos clientes por produtos sustentáveis continua sendo o principal impulsionador dos esforços de sustentabilidade (60%), seguido pela redução do consumo e das despesas de energia (53%). Enquanto 70% das organizações pesquisadas no Brasil consideram a importância no papel da tecnologia para atingir esses objetivos, apenas 33% dizem estar fazendo pleno uso dela.

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“No Brasil, muitas empresas estão em diferentes estágios de maturidade em sustentabilidade, mas o potencial para alavancar a tecnologia para o gerenciamento de dados, realizar relatórios e impulsionar inovações de sustentabilidade é significativo”, explica em comunicado Frank Koja, diretor geral da Kyndryl Brasil. “Mais da metade dessas organizações está confiando a supervisão das funções de sustentabilidade a seus CEOs, indicando um reconhecimento crescente da importância estratégica da sustentabilidade.”

O estudo também descobriu que 55% das organizações no Brasil usam IA para melhorar a eficiência, reduzir a pegada ambiental e construir operações sustentáveis, mas apenas 25% utilizam inovações tecnológicas para atingir metas de sustentabilidade.

E os clientes são os que mais defendem políticas e práticas de sustentabilidade, seguidos por funcionários, investidores e parceiros da cadeia de suprimentos.

“A tecnologia emergiu como uma habilitadora chave para o sucesso da sustentabilidade, e seu papel só continuará a crescer com o advento de ferramentas de IA mais sofisticadas”, diz Shelly Blackburn, vice-presidente da área de cross solutions na Microsoft.

Construção da sustentabilidade

O estudo elenca melhores práticas de sustentabilidade para impulsionar o crescimento e melhorar os resultados dos negócios. São as seguintes:

  1. Fazer da sustentabilidade uma prioridade do CEO e do Conselho Executivo, alinhada com finanças e tecnologia. Ao priorizar a nomeação de um líder de sustentabilidade dedicado, as organizações podem adotar uma abordagem mais focada para lidar com preocupações ambientais e sociais.
  2. Alinhar a sustentabilidade com a modernização tecnológica. No Brasil, apenas 35% dos entrevistados adotaram novas tecnologias para atingir metas de sustentabilidade nas operações e cadeias de suprimentos. Organizações que o fazem podem aprimorar, modernizar e priorizar processos e infraestruturas de sustentabilidade para melhorar a eficiência e reduzir a pegada de carbono.
  3. Criar uma base de dados integrada. Simplificar o gerenciamento de dados para a tomada de decisões informadas e a execução bem-sucedida de estratégias. Apenas 15% das organizações em todo o mundo têm a capacidade de fornecer aos funcionários painéis de sustentabilidade em tempo real.
  4. Explorar o potencial da IA para a sustentabilidade preditiva. Expandir o uso de IA além dos relatórios para incluir análises preditivas que avaliam os riscos do escopo 3, preveem o consumo de energia e antecipam riscos potenciais, como desastres naturais. No Brasil, aproximadamente 37% das organizações consideraram essas opções.
  5. Capacitar os colaboradores. O estudo descobriu que 53% das organizações pesquisadas no Brasil carecem de recursos dedicados ou têm conhecimento interno limitado, o que destaca a necessidade de desenvolvimento adicional da força de trabalho.

“Diante de temperaturas recordes e eventos climáticos sem precedentes, este é um momento que exige ação coletiva de governos, indústrias, empresas e indivíduos”, diz Ullrich Loeffler, cofundador e CEO da Ecosystm.

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Redação

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