OpenAI recebe investimento histórico e é avaliada em R$ 854 bilhões

Com a nova rodada, a empresa se posiciona como líder absoluta no setor de IA, mas enfrenta desafios internos e externos

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3:15 pm - 02 de outubro de 2024
Imagem: Shutterstock

A OpenAI, responsável pelo desenvolvimento do ChatGPT, anunciou a captação de US$ 6,6 bilhões em uma rodada de financiamento, estabelecendo uma nova marca no setor. Com essa injeção de recursos, a avaliação pré-money da empresa alcança US$ 157 bilhões, conforme dados da Crunchbase. A Thrive Capital, investidora anterior, liderou a rodada, que também contou com a participação de Microsoft, Nvidia, SoftBank, Khosla Ventures, Altimeter Capital, Fidelity e MGX.

A OpenAI destacou em seu comunicado que os novos fundos permitirão à empresa ampliar sua liderança em pesquisa em inteligência artificial, aumentar a capacidade de processamento e continuar a desenvolver ferramentas que auxiliem na resolução de problemas complexos. A companhia expressou gratidão aos investidores pela confiança e manifestou desejo de colaborar com desenvolvedores e a comunidade mais ampla para moldar um ecossistema de inteligência artificial que beneficie a todos.

Entretanto, a abertura de capital pode vir acompanhada de exigências. O Financial Times reportou que a OpenAI teria solicitado aos investidores que evitassem apoiar startups rivais, como Anthropic e xAI.

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Com essa nova rodada, a OpenAI solidifica sua posição como a startup mais financiada em inteligência artificial. O valor arrecadado supera até mesmo o gasto do governo do Zimbábue em 2021, o que levanta questionamentos sobre a necessidade de uma quantia tão elevada. A resposta, segundo analistas, está na necessidade de manter suas operações em expansão. Relatórios indicam que a OpenAI está investindo bilhões em treinamento e comercialização de seus sistemas de inteligência artificial.

O custo de operação do ChatGPT, por exemplo, foi estimado em US$ 700 mil por dia em um determinado momento. No total, a OpenAI teria gasto aproximadamente US$ 7 bilhões em treinamento de modelos e US$ 1,5 bilhão em contratação de pessoal.

Atualmente, a OpenAI é a líder de mercado em inteligência artificial generativa, com mais de 250 milhões de usuários ativos por semana. A receita anual da empresa já ultrapassou US$ 3,4 bilhões, com projeções que indicam que o ChatGPT pode gerar até US$ 2,7 bilhões em 2024.

A Microsoft, parceira e investidora da OpenAI, já alocou mais de US$ 13 bilhões e desenvolveu uma gama de produtos de produtividade baseados em modelos da OpenAI. Além disso, a Apple está integrando o ChatGPT em sua coleção de tecnologias de inteligência artificial.

As projeções financeiras da OpenAI são otimistas, com expectativa de atingir US$ 100 bilhões em receita até 2029. Contudo, a empresa enfrenta competição crescente de startups como Runway e Luma Labs, que já lançaram modelos avançados de geração de vídeo, e de empresas como Google e Amazon, que investem em infraestrutura para modelos de próxima geração.

A pressão competitiva poderá levar a OpenAI a aumentar o preço de seu plano premium, o ChatGPT Plus, que atualmente custa US$ 20 por mês, podendo subir para US$ 44 até 2029. Além disso, a estrutura corporativa da OpenAI pode passar por mudanças para atrair mais investimentos.

Atualmente, a divisão com fins lucrativos da OpenAI é regulamentada por uma organização sem fins lucrativos que limita os retornos dos investidores. No entanto, o CEO Sam Altman sinalizou que a OpenAI pode mudar para um modelo de governança com fins lucrativos nos próximos meses, o que poderia facilitar novas captações.

A captação de recursos também poderá proporcionar à OpenAI maior liberdade para explorar investimentos de longo prazo, como chips de inteligência artificial e datacenters, diminuindo a dependência da Nvidia. Além disso, a empresa pretende firmar acordos de licenciamento com fornecedores de dados, o que pode oferecer uma vantagem competitiva e proteção contra litígios.

No entanto, a capacidade da OpenAI de executar essas estratégias pode ser questionada. A empresa tem enfrentado saídas de executivos proeminentes, resultado de divergências sobre a direção da companhia. Entre as demissões estão a CTO Mira Murati e o VP de Pesquisa Barret Zoph, com apenas três dos 13 fundadores ainda na empresa.

Com informações do TechCrunch

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