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O elo entre os C-Levels e a tecnologia na retomada do varejo

O setor de varejo tem passado por transformações intensas. Antes mesmo da pandemia, a concorrência com empresas de atuação global já era desafiadora. Então, durante a crise, boa parte das redes foram afetadas pelas restrições de medidas de distanciamento físico, anulando toda a vantagem de se ter lojas em shoppings e em grandes centros.

Além da severa retração da demanda, a curto prazo o País se deparou com a indisponibilidade de recursos e a insegurança do consumidor, que ocasionaram forte queda no volume de vendas em alguns segmentos. Esta oscilação negativa, no entanto, implicou em ajustes rápidos para que as plataformas de e-commerce suportassem a nova escala e, também, na capacidade de gerenciar melhor os estoques, transporte de produtos, entrega, entre outras etapas.

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O que estava previsto para ser realizado nos próximos cinco anos, foi feito em três meses. E esta agilidade para a transformação digital no comércio varejista trouxe impactos positivos: o segmento registrou crescimento de 5,2% em julho, segundo a última pesquisa mensal do IBGE.

Impactos da crise

Outro fator evidenciado durante a pandemia é o de empresas com e-commerce estabelecido, que sofreram menos impactos na crise em função da proximidade que já tinha com seus consumidores. Deste modo, uma fatia significativa do fluxo de vendas que ficava restrito às lojas físicas foi naturalmente transferida para as virtuais.

Seguindo esta linha, um ponto fora da curva foi o da movimentação do grupo Arezzo&Co, que conta com uma rede de 752 lojas e fábricas próprias. O CEO da companhia teve de fechar todas as lojas físicas temporariamente e viu quase 90% de seu faturamento em queda livre. Em uma manobra atípica e antevendo o cenário que se desenhava, ele desenvolveu um plano emergencial posicionando todos os colaboradores em home office, acessou linhas de crédito de R$ 500 milhões para fortalecer o caixa e preparou a rede para vender digitalmente.

Os reflexos desta mudança foram tão significativos, que o executivo estima para o fim deste ano um faturamento 90% superior ao de 2019.

Desafios e tendências

Um dos grandes desafios do varejo é a questão logística, pois os centros de distribuição nem sempre são eficazes em países como o Brasil, com dimensão continental. Em contrapartida, o fenômeno da multicanalidade tem feito a diferença nos últimos tempos. Para quem não sabe do que se trata, é sobre a capacidade de atender ao consumidor de modo eficiente. E por meio de qualquer ponto de contato que o cliente tenha com a empresa, seja on-line ou off-line. Ele é viável pela disponibilidade de sistemas emergenciais eficientes e integrados.

A competência digital no setor varejista tem se mostrado imperativa, sendo que, nunca fez tanta diferença saber mais sobre os clientes. Mecanismos de recomendação e aproximação têm tido impacto definitivo no ticket médio. Consequentemente, a definição rápida de margens tem definido quem vende e quem fica para trás.

Os meios de entrega se configuram como mais relevantes, sobretudo frente a entraves como a greve dos correios. Assim, a habilidade de estabelecer parcerias eficientes tem influenciado quem continua na operação e quem vê os atrasos intensificarem as reclamações.

Todos os diferenciais que têm permitido recuperação ao varejo em termos surpreendentes, só puderam ser obtidos mediante enfoque estratégico. O que é possível em grandes corporações a partir do engajamento e valorização crescente de CIOs e CTOs. Afinal, eles sabem que transformação digital é, antes de tudo, uma jornada.

 

* Elemar Júnior é CEO da empresa a ExímiaCo e especialista com mais de 20 anos de experiência em arquitetura de software e desenvolvimento de soluções com alta complexidade ou de alto custo computacional. Tem como expertise o desenvolvimento de estratégias para a inovação

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